PUBLICIDADE

Publicidade

Pezão deixa spa para ir a reunião com Temer

Governo do Rio de Janeiro tenta chegar a um consenso em Brasília sobre o plano de recuperação do Estado, que deve R$ 2,26 bilhões aos trabalhadores

Por Mariana Durão
Atualização:

Enquanto o governo do Rio tenta chegar a um consenso em Brasília sobre o plano de recuperação do Estado, ajuda para a segurança e o destino da estatal de saneamento Cedae, os servidores públicos estaduais seguem com salários atrasados e recorrem à doação de cestas básicas para sobreviver. Somados o 13.º referente a 2016 e os vencimentos de maio e junho ainda não efetuados, o governo do Rio deve R$ 2,26 bilhões aos trabalhadores.

Pezão suspendeu a licença médica após ser convocado para reunião com o presidente Michel Temer na quinta-feira, 20, em Brasília, para discutir a crise financeira do Rio. Foto: MARCOS DE PAULA/ESTADÃO

PUBLICIDADE

De acordo com a Secretaria de Fazenda, receberam integralmente o salário de junho apenas os servidores da segurança – policiais militares e civis, bombeiros, agentes penitenciários e demais funcionários das secretarias de Segurança e Administração Penitenciária – e ativos da educação, do Degase e das secretarias de Fazenda e Planejamento. Ainda restam R$ 609,8 milhões a serem depositados para um total de 216.127 ativos, inativos e pensionistas.

Só de 13.º salário do ano passado o governo deve R$ 1,2 bilhão. Há ainda outros R$ 453,7 milhões em salários atrasados de maio. O total da folha do Executivo é de R$ 1,6 bilhão líquido.

Revolta. O clima é de revolta entre os servidores fluminenses. O frio e a chuva não impediram a realização de uma manifestação na tarde de quarta-feira, 19, na porta do Tribunal de Justiça do Rio. Eles protestaram contra decisões que negaram indenização por danos morais aos funcionários públicos em razão de atrasos.

++ ‘Entregar desse jeito é um contrassenso’, diz deputado sobre venda da Cedae

Na véspera, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) divulgou nota de repúdio em relação à decisão do governador Luiz Fernando Pezão de se afastar para fazer um tratamento de saúde em um spa.

“Pezão mostra absoluta falta de bom senso, hospedando-se num ambiente de luxo e ostentação. O dinheiro que ele gastará no spa (uma semana lá pode custar até R$27 mil), seria suficiente para comprar 500 cestas básicas”, informa o Muspe.

Publicidade

Pezão acabou suspendendo a licença médica após ser convocado para reunião com o presidente Michel Temer na quinta-feira, 20, em Brasília, para discutir a crise financeira do Rio. A expectativa é que os cerca de R$ 3,5 bilhões esperados em uma negociação da Cedae – seja via empréstimo usando suas ações como garantia ou por meio da venda ao BNDES – sejam usados para regularizar a situação dos servidores.