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PF ataca esquema fiscal de R$ 600 mi

Operação conjunta com a Receita prendeu 88 pessoas em São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

Por Sônia Filgueiras e BRASÍLIA
Atualização:

Uma operação batizada de "Vulcano", realizada ontem pela Receita e pela Polícia Federal, desbaratou um esquema de fraudes em operações de comércio exterior que podem ter provocado um prejuízo de R$ 600 milhões aos cofres públicos, segundo estimativas do Fisco. Com base nas investigações, a Justiça expediu 220 mandados de busca e apreensão e mandados de prisão temporária contra 100 suspeitos, entre os quais cerca de 20 funcionários da própria Receita Federal. O esquema envolvia ainda indústrias e transportadoras. A Receita não divulgou nomes das empresas e funcionários envolvidos. O esquema consistia em exportações fictícias de pneus, cerveja e matérias-primas para fabricação do produto, e importações fraudulentas de roupas, bijuterias, feijão e derivados de petróleo como a nafta. Até o fim da tarde de ontem, segundo a Polícia Federal, 88 pessoas tinham sido presas: 13 em São Paulo, 17 em Mato Grosso e 58 em Mato Grosso do Sul. As operações ilícitas estavam concentradas principalmente nos três Estados, mas a ação da Receita e da Polícia Federal alcançou suspeitos em outros cinco: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Santa Catarina. As investigações, iniciadas após denúncias anônimas recebidas simultaneamente em Corumbá (MS), Cáceres (MT) e Marília (SP), apontam crimes contra a ordem tributária, facilitação de contrabando, descaminho, corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos em sistema de informações, falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. PNEUS Segundo nota da Receita Federal, uma das rotas de exportação fictícia se iniciava em Americana (SP), onde os pneus seriam fabricados e embarcados por transportadoras. A assessoria de imprensa da Goodyear, única fábrica de pneus na cidade, informou, por sua assessoria, que ontem agentes da PF estiveram nas dependências da empresa, que está colaborando com as investigações e desconhece as fraudes. As matérias-primas e embalagens para a fabricação de cerveja, segundo a Receita, também tinham origem em São Paulo, mas a Receita não especificou cidades. Além de distribuidores, pelo menos duas cervejarias estariam envolvidas, uma delas com sede no Rio. No caso das importações, o esquema envolvia o subfaturamento de preços, o registro de quantidades e pesos fraudulentamente inflados e a falsificação do registro de origem dos produtos.

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