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PIB de 2002 cresceu mais no 2º semestre

Por Agencia Estado
Atualização:

O desempenho da economia brasileira melhorou gradativamente no ano passado, com recuperação concentrada no segundo semestre. O PIB passou de uma expansão de 0,10% no primeiro semestre para crescimento de 2,94% no segundo. O gerente do departamento de contas nacionais do IBGE, Roberto Olinto, disse que a melhoria do desempenho no segundo semestre deve-se a uma base de comparação deprimida de 2001 ? quando o racionamento energético encolheu o PIB ? mas também à desvalorização do real, que elevou significativamente as exportações e manteve a trajetória de redução de importações. As vendas externas impulsionaram a indústria, que passou de uma queda de 1,89% no primeiro semestre para um aumento de 4,9% no segundo. A agropecuária reduziu um pouco a taxa de crescimento de um semestre para o outro (6,11% para 5,43%) afetada por fatores sazonais como a colheita de determinados produtos. Os serviços também aumentaram o ritmo de crescimento, de 1,18% no primeiro semestre para 1,8% no segundo. Trimestres A recuperação da economia também se deu nos dados trimestrais, quando comparados a iguais trimestres do ano anterior. O PIB caiu 0,8% no primeiro trimestre e apresentou nos três trimestres seguintes crescimentos, respectivamente, de 1%, 2,5% e 3,4%. Segundo Olinto, o bom desempenho do quarto trimestre foi resultado de base de comparação (o quarto trimestre de 2001 havia apresentado queda de 0,75%) e também na melhoria dos resultados apresentados pela construção civil e indústria. O setor industrial, ajudado pelas exportações, cresceu 6,9% no quarto trimestre, ante 3% no terceiro trimestre; 0,2% no segundo e uma queda de 4% no primeiro trimestre do ano. Exportações x importações Segundo o IBGE, as exportações foram determinantes para o crescimento de 1,52% no PIB brasileiro no ano passado. De acordo com Olinto, a expansão da economia refletiu também a redução das importações. Os dados do PIB mostram que as exportações cresceram 11,2% no ano passado ante 2001, enquanto as importações caíram 12,8% no período. As vendas externas tiveram bom desempenho no segundo semestre do ano, com crescimento de 20,9% sobre o ano anterior. No primeiro semestre, haviam registrado queda de 6,14%. O consumo das famílias caiu 0,7% no ano, praticamente anulando o crescimento de 0,7% registrado em 2001. ?O consumo não cresce porque está associado ao crédito e renda. Os juros em alta tornam o crédito difícil e a renda está baixa?, disse. O consumo do governo manteve-se no patamar tradicional de crescimento, com expansão de 1%. Subsetores Entre os subsetores que compõem o PIB, a indústria extrativa mineral apresentou o melhor desempenho no ano passado, com crescimento de 10,9% ante o ano anterior, puxada pelo aumento da produção de petróleo. Em 2001 a expansão registrada pelo segmento havia sido de 3,9%. O segmento de comunicações manteve a trajetória de redução do ritmo de crescimento, com expansão de 7,4% em 2002, ante 9,9% em 2001. O gerente do departamento de contas nacionais do IBGE disse que o setor vinha registrando taxas de crescimento muito elevadas e é natural que a partir de agora, com as metas de universalização atingidas, ocorra uma acomodação. A agropecuária, que vem se destacando no PIB, manteve o patamar de crescimento (5,8% em 2002, praticamente igual ao ano anterior, quando cresceu 5,7%). O fim do racionamento trouxe reversão para o subsetor de serviços de utilidade pública (energia elétrica) que cresceu 1,5% no ano passado ante queda de 5,6% em 2001, provocada pelo racionamento. A construção registrou queda pelo segundo ano consecutivo (-2,5% ano passado e -2,6% em 2001). Olinto sublinhou que o setor depende de crédito e política habitacional definida e ambos apresentaram problemas nos últimos dois anos. Anos FHC A média de crescimento anual do PIB brasileiro foi de 2,29% no governo Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), segundo o IBGE. O PIB per capita cresceu anualmente 0,92% em média no período. Os dados são melhores no primeiro mandato de FHC do que no segundo. Entre 1995 e 1998, o PIB cresceu uma média de 2,56% a cada ano, enquanto a renda per capita expandiu 0,92%. De 1998 ao ano passado, o crescimento médio anual do PIB foi de 2,01% e do PIB per capita, de 0,98%. Na média anual dos últimos 10 anos (1993 a 2002) a expansão média anual do PIB atingiu 2,9% e do PIB per capita 1,49%.

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