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PIB de 2007 é destaque da semana econômica

Por FRANCISCO CARLOS DE ASSIS E FLAVIO LEONEL
Atualização:

A agenda doméstica de indicadores da próxima semana está generosa tanto pela quantidade como pela importância dos índices para a composição dos cenários econômicos deste ano. Na lista, composta por uma dezena deles, figuram o PIB do ano passado, a ata da última reunião do Copom, a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de janeiro e o IPCA de fevereiro. Serão conhecidos também entre segunda e sexta-feira da semana que vem as variações do IGP-DI do mês passado, as primeiras parciais de março do IPC-S, do IGP-M e do IPC-Fipe, além das expectativas do mercado no Relatório Focus e o saldo da balança comercial na primeira semana deste mês. A série de divulgações começa amanhã com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informando em quanto fechou a inflação de fevereiro apurada pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro. Em janeiro, a inflação por este indicador fechou em 0,99%, num patamar abaixo da elevação de 1,47% apurada em dezembro do ano passado. A desaceleração decorreu, entre outros, por dois motivos bastante significativos: menor ímpeto na elevação dos preços agrícolas no atacado, de 1,60% em janeiro ante 4,27% em dezembro e redução do ritmo de alta dos preços industriais também no atacado, de 0,88% ante 1,01% no último mês de 2007. Outra informação que os analistas devem procurar na desagregação do IGP-DI na segunda-feira é se o reajuste do minério de ferro no mês passado já aparece no índice na forma de pressão sobre o IPA-DI industrial. A mesma FGV divulga, ainda na segunda-feira, a média de reajuste dos preços ao consumidor no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) na primeira quadrissemana de março. No fechamento de fevereiro, o IPC-S ficou estável (0,00%) depois de ter mostrado uma alta de 0,97% em janeiro. Naquele momento, o IPC-S se beneficiou com a desaceleração das pressões vindas do grupo Educação e da devolução de boa parte das altas nos preços dos alimentos. No mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgará o saldo da balança comercial na primeira semana de março. No fechamento de fevereiro, o saldo entre as exportações e as importações brasileiras foi de US$ 882,000 milhões, valor abaixo dos US$ 944,000 milhões registrados em janeiro. Os montantes têm diminuído a cada divulgação por causa do aumento das importações acima das exportações em resposta ao crescimento da demanda doméstica, num momento em que o dólar continua desvalorizado na comparação do o real. Também na segunda-feira, o BC divulgará as medianas das expectativas dos analistas do mercado para os indicadores econômicos no âmbito do Relatório de Mercado, mais conhecido como Pesquisa Focus. O documento compila as previsões de cerca de 100 instituições financeiras para os diversos indicadores da economia doméstica e externa. No dia seguinte, terça-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informará a inflação de fevereiro medida pelo IPCA. Em janeiro este indicador fechou em alta de 0,54%. Mas no IPCA-15 de fevereiro, a inflação acelerou 0,10 ponto porcentual para 0,64%. Essa aceleração, decorrente da incorporação das pressões do grupo Educação pelo IPCA em fevereiro, deverá ser vista também no índice fechado. Na quarta-feira, dia 12, a atenção do mercado se voltará para a divulgação do PIB de 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mercado, segundo projeções das principais instituições financeiras, a expectativa é a de que o Produto Interno Bruto tenha crescido de 5,10% a 5,50%. No ano passado o PIB mostrou uma expansão de 3,80%. A previsão é a de que o investimento na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) tenha crescido em torno de 15,00%, o consumo das famílias algo como 6,00%, os gastos do governo em 4,50%, sendo que as exportações líquidas tenham ficado cerca de 18,00% negativas. Antes do PIB, serão conhecidas as taxas de inflação referentes às primeiras parciais de março do IPC-Fipe e do IGP-M, da FGV. O primeiro registrou no mesmo período de fevereiro com uma variação de 0,30%, mas fechou o mês passado com uma taxa de 0,19%. O coordenador do índice, Márcio Nakane, explicou que os principais responsáveis por esta desaceleração foram os grupos Alimentação, que teve deflação de 0,15% ante elevação de 1,04% em janeiro, e Educação, que saiu de uma alta de 4,39% em janeiro para 0,17% no mês passado. No caso do IGP-M, no fechamento do mês passado o indicador apurou uma alta de 0,53%, mas começou na primeira prévia com uma variação de 0,42% e chegou na segunda parcial do ano em 0,46%, Na quinta-feira (13), será a vez da ata da reunião do Copom atrair a atenção dos analistas do mercado. O documento, segundo especialistas, deverá trazer um texto duro para justificar o comunicado que se seguiu ao término da reunião de quarta-feira com a introdução da palavra "atentamente", interpretada como uma mensagem da autoridade monetária de que não está ainda satisfeita com as conquistas no campo da inflação. O BC, deverá, na avaliação dos economistas, gastar tempo no documento para falar sobre sua preocupação com o nível da atividade. Ainda no campo da atividade, a última divulgação da semana, será feita pelo IBGE, que informará na sexta-feira o desempenho das vendas do comércio varejista em janeiro. Em dezembro, pela leitura dessazonalizada dos números do varejo, foi registrada estabilidade das vendas na comparação com novembro. Mas, no confronto interanual, de dezembro de 2007 em relação a dezembro de 2006, houve uma expansão de 9,00%. Atividade, segundo define o analista do BES Investimento Fábio Knijnik, "é o nome do jogo".

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