27 de março de 2012 | 17h37
LISBOA - A Fitch Ratings afirmou nesta quinta-feira, 27, que a economia de Portugal vai se contrair mais do que o esperado em novembro, e chamou os riscos de derrapada na meta do déficit de "amplos".
A agência disse que a economia de Portugal vai encolher 3,7% este ano, acima dos 3,3% estimados pelo governo e dos 3% previstos em novembro, quando a classificação para a dívida soberana do país caiu para a faixa de menor qualidade. No relatório divulgado hoje, a Fitch afirmou que novos rebaixamentos são possíveis se a economia piorar.
"A Fitch vê probabilidades significativas de novas medidas de consolidação serem necessárias em 2012."
A Agência informou que o governo de Portugal está claramente comprometido com o programa de resgate de € 78 bilhões, o que ficou claro na redução do déficit em conta corrente de 10% do PIB em 2010 para 7,5% no ano passado.
Entretanto, a Fitch disse que a dívida externa líquida continua elevada em acima de 80% do PIB em 2011. Além disso, a dívida pública tem aumentado e deve atingir um pico de 116% do PIB no final do próximo ano.
Em um relatório separado, a agência informou que este ano será pesado para os bancos domésticos, porque eles vão precisar de recapitalização enquanto enfrentam pressão nos lucros e deterioração no portfólio de crédito. "Acom a economia portuguesa entrando em recessão profunda em 2012 e os empréstimos em contração, a proporção de empréstimos dos bancos ficarão se deteriorará ainda mais", afirmou a Fitch.
"O perfil de risco de crédito dessas instituições também continuara em risco devido à exposição aos países da periferia da União Europeia, principalmente Portugal e Grécia."
Os bancos de Portugal têm como acessar uma linha de € 12 bilhões fora do resgate de € 78 bilhões para suas necessidade de recapitalização, algo que a Fitch acredita ser provável. As informações são da Dow Jones.
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