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PIB do 2º trimestre reforçará defesa do BC à política monetária

Por Agencia Estado
Atualização:

Se para boa parte dos analistas do mercado doméstico a expansão econômica no segundo trimestre pouco agregou em termos de novidades, para o Banco Central que vinha "apanhando" por causa dos juros altos o ganho é inestimável, avaliam analistas consultados pela Agência Estado. O PIB cresceu 1,4% no segundo trimestre comparativamente aos primeiros três meses do ano e avançou 3,9% sobre o mesmo período em 2004. Para o economista Júlio Callegari, do JP Morgan, os números serão revertidos em mais confiança para o BC na defesa de sua política monetária. Ele lembra que há pouco tempo, já com a autoridade monetária defendendo uma evolução do PIB da ordem de 3,4%, ninguém no mercado que fosse questionado sobre a projeção do BC acreditava que a economia cresceria acima de 3%. "A mensagem a ser dada pelos números do PIB é a de que o mercado não precisará fazer um forte exercício de otimismo para convergir suas expectativas para a previsão do governo", afirma Callegari. O economista e sócio da MS Consult, Jorge Simino, entende que os dados do PIB não alteram em nada o número global. "Continuamos com nossa projeção de 3,2% de crescimento da economia este ano", diz o economista que projetava uma expansão de 1,4% da economia do primeiro para o segundo trimestre. Ele também compartilha da opinião de Callegari, de que o BC passará a ter mais argumentos para a defesa da condução da política monetária. PIB deve desacelerar no 3º trimestre Analistas também avaliam que o crescimento do PIB no segundo trimestre compensou parte da estagnação vista nos três primeiros meses do ano, mas não indica uma tendência de continuidade até o final do ano. De acordo com estes profissionais, os números para o terceiro trimestre ainda não foram revistos, mas, ao que tudo indica, a produção industrial, que sustentou o crescimento de abril a junho, deve desacelerar a partir de julho e, conseqüentemente, contribuir para uma diminuição do porcentual do PIB do período. Um dos analistas que trazem essa avaliação é Guilherme Maia, da Tendências Consultoria Integrada. Ele conta com um crescimento de 0,50% no terceiro trimestre ante um aumento de 1,4% no anterior em relação ao primeiro. Uma avaliação semelhante apresentou o economista-sênior do HSBC, Luís Fernando Cezário. Ele informou que os dados divulgados hoje pelo IBGE serão suficientes para ajustar a previsão de crescimento do PIB para o ano de 2,8% para algo mais próximo a 3%. Mas não chegam a influenciar as expectativas para os três meses seguintes.

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