22 de outubro de 2013 | 16h54
NOVA YORK - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) voltou a revisar para baixo as projeções de crescimento da economia brasileira. A previsão agora é de que o País cresça 2,5% neste ano e 2,2% em 2014.
Nos dois casos, o número é menor do que o divulgado na última projeção, feita em maio, quando a OCDE esperava alta de 2,9% e 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano e no próximo - ou seja, na produção nacional de bens e serviços.
Em maio, a OCDE já havia reduzido a previsão anterior de crescimento do País para 2013, de 4% estimados em boletim divulgado no final de 2012. Estrangulamentos pelo lado da oferta, que incluem gargalos na infraestrutura e alto nível de impostos, estão "crescentemente impedindo" uma maior expansão da economia, justifica a OCDE ao comentar as perspectivas para o Brasil.
Em um extenso relatório sobre economia brasileira, com 109 páginas, apresentado hoje em Brasília, a instituição com sede em Paris pede que o Brasil continue elevando os juros para baixar a inflação, faça ajustes na política fiscal e invista mais em infraestrutura. "O Brasil se moveu para cima no ranking das maiores economias do mundo", destaca o documento em seu primeiro capítulo. "Uma questão-chave para o País é que agora é hora de construir em cima dessas conquistas." O documento reconhece que o País conseguiu o êxito de ter um "crescimento inclusivo", reduzindo a pobreza e a desigualdade, mas pede novos progressos nesses dois campos.
Entre as recomendações principais do relatório, a primeira da lista é que o Banco Central continue apertando a política monetária, o que significa subir os juros, para trazer a inflação para o centro da meta (4,5%), fator que também ajudaria a "estimular a credibilidade" da política econômica do governo de Dilma Rousseff. Ainda na política monetária, a OCDE sugere que o presidente do BC e membros do Comitê de Política Monetária (Copom) tenham mandatos fixos e que a comunicação sobre as estratégias a respeito dos juros fique restrita ao BC.
Além de melhora das contas fiscais e de expansão dos investimentos em infraestrutura, a OCDE diz que uma reforma tributária é crítica. A carga tributária do País, de 37% do PIB, está em nível semelhante dos países desenvolvidos, mas maior que outros emergentes, ressalta o documento. A instituição sugere ainda medidas para estimular a competitividade e a produtividade, muitas vezes não compatíveis com a posição que o Brasil ocupa no mercado internacional.
O relatório da OCDE traz ainda outras previsões macroeconômicas. Para a inflação, a estimativa é de que a alta de preços fique em 5,9% este ano e 5% no próximo. Já o resultado fiscal deve ficar negativo em 2,6% e 2,7% do PIB para o mesmo período. Na conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão é de resultado também negativo em 3,6% e 3,3%.
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