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PIB do Japão sofre queda recorde

Economia recua 15,2% no 1.º trimestre, em termos anualizados, na maior contração desde a 2.ª Guerra Mundial

Por Agências internacionais e TÓQUIO
Atualização:

A economia do Japão sofreu no primeiro trimestre de 2009 a mais forte contração desde o fim da 2ª Guerra Mundial. O Produto Interno Bruto (PIB) japonês recuou 4% no período em relação ao quarto trimestre de 2008. Em termos anualizados, a contração foi de 15,2%. O recuo foi pressionado pelo declínio recorde das exportações e da demanda doméstica. Foi a primeira vez que o PIB japonês teve quatro contrações trimestrais consecutivas. Apesar da má notícia, divulgada pelo governo japonês hoje pela manhã, no Japão (ontem à noite no horário de Brasília), o índice Nikkei da Bolsa de Valores de Tóquio abriu o dia em alta e, nos primeiros minutos, subia 0,93%. Economistas esperavam queda de 4,4% na comparação trimestral e declínio de 16,5% em termos anualizados. A expectativa, apesar dos dados negativos, é que a economia japonesa reaja a partir do segundo trimestre de 2009. Os dados referentes ao quarto trimestre do ano passado foram revisados em baixa. Segundo o governo japonês, o PIB do país entre outubro e dezembro de 2008 recuou 3,8% ante o trimestre anterior, ou 14,4% em termos anualizados. Originalmente, havia sido divulgada uma contração de 3,2% na comparação trimestral e uma queda de 12,1% anualizada. A contração japonesa no primeiro trimestre foi mais acentuada que a dos EUA, de 1,6%, e da zona do euro, de 2,5%. Em termos anualizados, a economia americana recuou 6,1% no período, enquanto a italiana caiu 9,4%. Na Alemanha, o PIB encolheu 14,4%, desempenho mais fraco desde 1970. As exportações de bens e serviços do Japão caíram pelo segundo trimestre consecutivo. E em comparação ao quarto trimestre do ano passado, houve uma queda recorde de 26%. Em consequência, grandes exportadores como Toyota e Sony fizeram rápidos ajustes na produção, anunciados ao longo dos últimos meses, reduzindo turnos, suspendendo linhas, fábricas e fechando milhares de postos de trabalho. A segunda maior economia do mundo se baseou fortemente na venda de carros para o resto do mundo e em invenções tecnológicas para impulsionar o crescimento econômico. Investimentos em fábricas e equipamentos caíram 10,4% no primeiro trimestre, enquanto os gastos dos consumidores caíram 1,1%. O consumo tem caído muito mais do que renda, segundo observa Richard Jerram, economista-chefe Macquarie Securities em Tóquio. "A taxa de poupança aumentou, o que agravou a recessão", disse. "Esse é o drama dos últimos seis meses. Parece que o público entrou em pânico sobre a segurança de seu emprego, algo que não foi visto nos ciclos anteriores." Já as importações recuaram 15% na mesma base de comparação, após subirem por dois trimestres consecutivos. MELHORA Recentes dados, no entanto, apontam para uma melhora neste trimestre. O declínio das exportações está perdendo força e as fábricas voltaram a impulsionar a produção. O governo tem estimulado uma virada com gastos públicos maciços. O mais novo pacote de estímulo, no valor de US 150 bilhões, inclui incentivos para compra de produtos e carros como forma de reduzir o desemprego e ajudar os pequenos negócios.

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