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PIB dos EUA no trimestre da crise tem maior queda desde 1982

Economia norte-americana registrou contração de 6,2% no 4º trimestre; expectativa era de queda de 5,4%

Por Regina Cardeal e da Agência Estado
Atualização:

A recessão nos EUA se aprofundou no fim de 2008 mais do que o estimado, segundo dados do governo norte-americano que mostram uma grande revisão em baixa porque as empresas reduziram a atividade para se ajustar ao encolhimento da demanda. O Produto Interno Bruto (PIB) - principal medida da soma das riquezas de um país - registrou uma queda ajustada de 6,2%, taxa anual, entre outubro e dezembro, informou o Departamento do Comércio. O declínio de 6,2% é o pior resultado trimestral desde a queda de 6,4% no primeiro trimestre de 1982. A expectativa dos analistas era de queda de 5,4%. Veja também: Obama apresenta orçamento que prevê déficit de US$ 1,75 trilhão Veja os principais pontos do Orçamento dos EUA As medidas do emprego De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise   Em sua estimativa original, divulgada há um mês, o governo havia projetado queda de 3,8% do PIB no quarto trimestre. A forte revisão para baixo reflete ajuste em baixa no investimento em estoques, exportações e gastos do consumidor. Os dados mostraram que os estoques das empresas encolheram US$ 19,9 bilhões no quarto trimestre, e não subiram US$ 6,2 bilhões como o Departamento do Comércio havia estimado originalmente. Os estoques no terceiro trimestre caíram US$ 29,6 bilhões. A queda dos preços - petróleo é um bom exemplo - provavelmente contribuiu para o declínio nos estoques no quarto trimestre. Mas as companhias também liquidaram estoques de bens para se ajustarem ao recuo da demanda em meio à recessão, que começou em dezembro de 2007. A revisão nos estoques divulgada hoje é, ao mesmo tempo, boa e ruim, porque o declínio de US$ 19,9 bilhões significa que os estoques adicionaram apenas 0,16 ponto porcentual ao PIB no quarto trimestre, em vez de adicionarem 1,32 ponto porcentual como informado originalmente. A queda também sugere que há menos estoques acumulados, o que é uma boa notícia. Ainda, a relação estoques-vendas subiu, o que é um bom sinal. Os estoques excessivos terão de ser desovados e isso sinaliza cortes na produção, o que, por sua vez, poderá significar redução de pessoal e mais retração econômica. Os especialistas preveem uma grande redução nos estoques durante a primeira metade de 2009 e esperam um declínio significativo no PIB deste primeiro trimestre. As informações são da Dow Jones.

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