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PIB dos EUA tem alta de 3,4%

Crescimento no 2.º trimestre supera projeção dos analistas

Por Agências Internacionais
Atualização:

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 3,4% no 2º trimestre em termos anualizados, a maior taxa desde os três primeiros meses do ano passado. O número superou a previsão dos analistas, que esperavam expansão de 3,2%. No 1º trimestre deste ano, a economia americana tinha avançado apenas 0,6%. O investimento em construção despencou 9,3% no período, em termos anualizados. Em compensação, o investimento corporativo em novas plantas e construção saltou 22,1%, a maior taxa em 13 anos. Os consumidores, cuja despesa equivale a quase 70% do PIB e vinham sustentando a expansão no primeiro trimestre, foram mais cautelosos no segundo. Entre janeiro e março, essa despesa tinha crescido a um ritmo anual de 3,7%, mas entre abril e junho caiu para 1,3% ao ano, o mais fraco desde o último trimestre de 2005. O presidente George W. Bush analisou ontem com sua equipe econômica a situação dos mercados financeiros, ao mesmo tempo em que os investidores, motivados pelos dados de um crescimento mais firme no segundo trimestre. Ao final da reunião na Casa Branca, Bush disse que tinham falado "sobre muitos aspectos da economia (...) e os acontecimentos do dia". "Um dos aspectos interessantes do crescimento econômico é que nos beneficiamos do aumento das exportações", assinalou Bush. "Os agricultores, empresários e fabricantes dos Estados Unidos encontraram mercados além-mar para nossos produtos. E a venda desses produtos contribuiu para o forte crescimento do segundo trimestre." O déficit comercial dos EUA, que no primeiro trimestre apontava para um ritmo anual de US$ 612,1 bilhões, diminuiu no segundo trimestre a um ritmo anual de US$ 577,9 bilhões. Essa redução acrescentou 1,2 ponto porcentual ao crescimento do PIB. O relatório de ontem desenhou um panorama ambíguo da inflação. O núcleo da inflação, que exclui os preços mais voláteis de energia e alimentos, marcou um ritmo anual de 1,4% no segundo trimestre, comparado com o de 2,4% nos três meses anteriores. Isso levou o aumento de preços para 2% em um ano, no limite superior ao que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) considera como faixa de inflação aceitável. Mas o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu no segundo trimestre a um ritmo anual de 4,3%, o mais alto desde o último trimestre de 1990. O relatório do Departamento de Comércio dos EUA mostrou que a receita efetiva disponível - depois do pagamento de impostos - caiu no segundo trimestre 0,8%, após um aumento de 5,9% no primeiro. MERCADOS Para o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, a turbulência recente nos mercados é resultado da "reprecificação" do risco. "O que nós estamos vendo agora é o risco ser reprecificado e uma perspectiva diferente de risco, o que eu acho saudável", disse, durante entrevista à rede de TV americana CNBC. "Nós estamos vendo uma reavaliação do risco, que está levando a um ajuste no mercado", observou. Para Paulson, há alguns "excessos" no mercado de crédito, citando alguns empréstimos para compras alavancadas e as hipotecas subprime. "Acho que tivemos um sinal de alerta", afirmou, ressaltando que "poderíamos ter um pouco mais de disciplina". Ao ser questionado sobre se as condições estão de fato mais arriscadas, Paulson afirmou que "provavelmente há menos risco hoje do que há alguns meses atrás, mas agora ele está mais aparente". Assim, o secretário do Tesouro disse que o impacto dos problemas sobre a economia no geral "será amplamente contido". Paulson inicia na próxima semana mais uma viagem à China. Ele visitou o país diversas vezes nos últimos meses e tem pressionado por uma mudança na taxa de câmbio chinesa, que, segundo ele, está artificialmente valorizada.

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