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PIB negativo resulta da política do governo, diz Sobeet

Por Agencia Estado
Atualização:

A queda de 0,2% no PIB de 2003 comprova que a política macroeconômica (monetária e fiscal) do governo foi exageradamente conservadora no ano passado, na opinião do presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização (Sobeet), Antonio Corrêa de Lacerda. Além dos juros altos, a contração dos gastos públicos com queda na renda e aumento do desemprego impediu qualquer possibilidade de crescimento. "O resultado do PIB só não foi pior por conta das exportações", disse o professor. O resultado do quarto trimestre, de alta de 1,5% sobre o período imediatamente anterior, mostra claramente o efeito dos juros sobre a atividade econômica. É que na segunda metade do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) conduziu uma redução gradativa dos juros da ordem de 10 pontos percentuais, o que já foi suficiente para o início de uma retomada da produção. "Nada justifica um País como o Brasil ter PIB negativo", afirmou. Crescimento inercial De qualquer forma, segundo ele, o PIB brasileiro deve crescer, inercialmente, 2% neste ano, já que a base de comparação é muito baixa. E se os juros começarem a cair novamente a partir de março, se a inflação for mantida sobre controle e se houver alguma recuperação de renda e empregos, o PIB de 2004 pode crescer até 4%, dos quais dois pontos percentuais serão praticamente "automáticos", ou seja, não exigirão medidas especiais.

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