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PIB supera média da OCDE, mais é o menor entre os BRIC

Taxa de 5,4% fica acima de industrializados, mas longe de China (11,9%) e Índia (9,3%).

Por BBC Brasil
Atualização:

O Brasil cresceu acima da média da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) no segundo trimestre, mas manteve a última posição entre as grandes economias emergentes (Brasil, Índia, China e Rússia, agrupadas sob a sigla BRIC). Um relatório recente elaborado pela própria OCDE, que reúne economias como Estados Unidos, Grã-Bretanha e Japão, indica que os seus 30 países-membros cresceram 2,5% entre abril e junho, em relação ao mesmo período do ano passado. O número é menos da metade dos 5,4% que o Brasil cresceu entre abril e junho, também na comparação com 2006, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Um levantamento das principais economias mundiais publicado na revista britânica The Economist indica, entretanto, que o Brasil permanece atrás da China, que cresceu 11,9% no segundo trimestre de 2007, e da Índia (9,3%). Dados divulgados pelo governo russo indicam que o "R" da sigla BRIC, criada pelo banco de investimentos Goldman Sachs para designar os emergentes mais promissores do planeta, cresceu 7,8% no período de abril a junho. Entre os 23 países da OCDE para o qual a Economist dispõe de números para o segundo trimestre, a Polônia e a Eslováquia são as únicas economias cujo crescimento ultrapassou o do Brasil, com 6,7% e 9,4%, respectivamente. Não há dados do segundo trimestre para Turquia, Finlândia, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, República Checa e Nova Zelândia. A relação indica ainda que que vários países da OCDE cresceram acima dos 3%, como Grã-Bretanha (3%), Noruega (3,9%), Áustria (3,8%), Suécia (3,6%) e até acima dos 4%, caso de Coréia do Sul (4,9%), Israel (4,4%), Austrália (4,3%) e Grécia (4,2%). França, com um crescimento de 1,3%, Japão e Estados Unidos (ambos com 1,8%) chamam atenção pelas baixas taxas de expansão, de acordo com dados da The Economist. Por terem economias mais industrializados, esses países teriam em tese uma capacidade menor de manter altos índices de crescimento. Já os chamados países emergentes, por terem muito a expandir em termos de mercado consumidor e infra-estrutura, entre outros fatores, teriam condições mais favoráveis para crescer a taxas elevadas. Alavancada pela indústria e pelo setor de serviços, a expansão do PIB brasileiro alimenta as expectativas de que o país consiga terminar o ano com um crescimento em torno dos 5%, como quer o governo. No ano passado, a economia brasileira cresceu 3,7%, número que suscitou críticas de que o país não havia aproveitado o bom momento da economia mundial para acelerar seu crescimento, a exemplo do que fizeram China, Índia e Rússia. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que nesta quarta-feira qualificou de "robusto" o crescimento brasileiro já disse em outras ocasiões que o país não precisa crescer nos mesmos níveis de China e Índia. Em visita a Londres no início do ano, o ministro argumentou que só países com mercados consumidores internos relativamente pouco desenvolvidos e em um estágio menos avançado de industrialização conseguem crescer a taxas tão elevadas. Em relação ao primeiro trimestre de 2007, o crescimento do PIB brasileiro foi de 0,8%. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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