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Pior alta nos preços dos alimentos já passou, diz Fipe

Apesar disso, grupo de despesas ainda pode apresentar pressões ao longo do ano, segundo pesquisador

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e da Agência Estado
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O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe), Márcio Nakane afirmou nesta sexta-feira, 18, que há sinais de que a pior fase do atual ciclo de alta do grupo alimentação já passou. Ele ponderou, no entanto, que o grupo ainda pode apresentar pressões ao longo deste ano, mas em função de outros motivos que não os detectados até agora. "A sensação é de que a maior pressão desse choque recente ficou pra trás, mas podem vir outros ciclos", comentou. Veja também: IPC-Fipe sobe 0,71% na 2ª quadrissemana de janeiro Entenda os principais índices  Mesmo assim, o grupo representou mais de metade (52,5%) do IPC verificado na segunda quadrissemana de janeiro e perdeu o posto do grupo que apresentou a maior variação do índice. Enquanto alimentação subiu 1,66%, educação avançou 1,87%. Os alimentos eram os principais vilões da inflação na capital paulista desde novembro do ano passado e agora apresentaram desaceleração de 0,37 ponto porcentual da primeira para a segunda quadrissemana do mês. "Esta desaceleração é importante e outra boa notícia é de que o grupo teve alta inferior a 2%", destacou o coordenador. Ele ressaltou o comportamento dos produtos semi-elaborados, em especial a carne bovina, que subia 4,48% no primeiro levantamento de janeiro e agora avança 2,23%. Na ponta ao consumidor, inclusive, este subgrupo passou de uma alta de 2,03% e agora já tem queda de 1,01%. Outro item destacado por Nakane é o feijão, que continua no topo da lista da maiores altas de preço. Na segunda quadrissemana deste mês, subiu 22,80% com contribuição de 13,57 ponto porcentual, mas na ponta, já saiu de uma alta significativa (18,35%) para uma baixa (-2,38%). "Rapidamente o feijão deve sair da lista de maiores aumentos de preços", previu. Nakane acredita que o horizonte do comportamento dos preços dos alimentos estará mais tranqüilo ao longo de todo o 2008. Ainda que acredite em alguns fatores de pressão causada pela demanda doméstica aquecida e o preço das commodities no mercado internacional, de acordo com ele, o grupo deve contribuir mais para a alta da inflação este ano, como foi em 2007, do que para uma baixa, como ocorreu de 2004 a 2006. "Do ponto de vista da produção, as notícias parecem ser boas, por isso, mesmo que o grupo suba, não deverá ser tanto como no ao passado", finalizou.

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