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Evento da FGV discute como piora da pandemia ameaça retomada da economia

Para os pesquisadores do Ibre/FGV, a freada na retomada da economia levará a uma queda de 0,5% no PIB do primeiro trimestre; evento online será realizado nesta segunda-feira, às 10h

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - A economia brasileira terminou 2020 num ritmo de retomada mais acelerado do que o esperado por analistas econômicos, mas os primeiros indicadores de 2021 sugerem uma freada neste início de ano. Tanto que, após dois trimestres de forte alta no Produto Interno Bruto (PIB), todo o valor gerado na economia em determinado período) na segunda metade de 2020, o primeiro semestre de 2021 poderá ser de retração. A piora na pandemia de covid-19 e do fim do auxílio emergencial pago pelo governo federal ao longo do ano passado trazem incertezas para a retomada.

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Esse cenário será debatido no 1.º Seminário de Análise Conjuntural de 2021 do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), nesta segunda-feira, 8, às 10h. Em formato online, o evento é organizado em parceria com o Estadão. As inscrições podem ser feitas pelo site do evento

Para os pesquisadores do Ibre/FGV, a freada na retomada da economia levará a uma queda de 0,5% no PIB do primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2020. Dificultam retomada o agravamento da pandemia, a lentidão na vacinação, os desequilíbrios fiscais – que limitam a reedição da transferência de renda na mesma magnitude de 2020 – e a “normalização da política monetária”, ou seja, a elevação da taxa básica de juros (Selic, hoje em 2,0% ao ano), após atingir as mínimas históricas por causa da crise.

Nas favelas, 58% dos adultos pediram e receberam o auxílio emergencial no ano passado - uma população equivalente a 6,7 milhões de pessoas. Foto: Wilton Junior/Estadão

Segundo Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre, e uma das palestrantes do seminário, “controlar a pandemia é crucial”, porque somente com a covid-19 correrá uma retomada consistente. Para a economista, seria possível controlar melhor a pandemia e, ao mesmo tempo, “não perder de vista o equilíbrio fiscal”, mas não é isso que tem sido feito. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza a reedição do auxílio emergencial, aprovada no Senado Federal na quinta-feira, 4, é uma “péssima sinalização”, porque não aciona contrapartidas de corte de gastos no curto prazo.

“Como não nos organizamos bem na luta contra a covid-19, o cenário é muito mais preocupante e incerto. Avalio que agora a estratégia é a de contenção de danos, pois não temos mais como evitar o impacto negativo na economia”, disse Silvia.

Além de Silvia, darão palestras no seminário Armando Castelar, coordenador da Economia Aplicada do Ibre/FGV e José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre/FGV. O debate será moderado por Adriana Fernandes, jornalista do Estadão.

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