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Piora do crédito e de expectativas deve impactar a economia real

Direto da fonte

Por Sonia Racy e sonia.racy@grupoestado.com.br
Atualização:

Apesar de os mercados estarem relativamente mais calmos esta semana, no mercado acionário mundial, ao que parece, ainda há espaço para quedas de preços mais acentuadas. ''''Se essa percepção for correta, isso significa que o efeito no lado real pode também ser mais forte do que se previa inicialmente'''', avalia Sergio Vale, da MB Associados, que classifica esta crise como um ajuste de meio de ciclo econômico, sem significar o fim do ciclo econômico. Mas como se daria essa propagação para a economia real? Em duas frentes, segundo Vale. Primeira: pela diminuição da contração do crédito e seus impactos no ritmo do crescimento, principalmente no varejo. Segunda: pela redução da demanda por conta de uma piora nas expectativas dos consumidores, o que já está acontecendo. Os últimos dados do índice de confiança prévio do consumidor americano, calculado pela Universidade de Michigan, divulgados sexta-feira, mostraram queda acentuada na percepção dos consumidores em relação a julho. E grandes cadeias de varejo dos EUA, como Wal Mart e Home Depot, já acusam desaceleração em suas vendas. Do lado dos investidores, a alta volatilidade desestimula novas inversões na economia real. ''''Quem planejava fazer algum empreendimento deve estar esperando diminuir a turbulência e talvez já pense em reduzir os investimentos planejados.'''' Além disso, destaca Vale, não se pode esquecer de que boa parte das carteiras de fundos e dos planos de pensão americanos é lastreada em renda variável. Ou seja, perdas nas bolsas podem implicar diminuição direta do consumo. Reflexos no Brasil? Segundo Vale, as turbulências internacionais já trouxeram maior volatilidade nas bolsas, na taxa de câmbio e em outros ativos. O que pode significar uma interrupção, antes do esperado, da queda na taxa básica de juros. ''''Para a MB, as novas condições internacionais já dariam ao BC argumentos suficientes para interromper a queda de juros na reunião de setembro. No entanto, acreditamos que deve esperar pelo encontro de outubro, de forma a avaliar com mais precisão os desdobramentos dessa crise.'''' IMPRESSÃO DIGITAL Para o consultor Clóvis Panzarini, o Super Simples tem erro conceitual brutal, uma crueldade com empresas que não vendem para o consumidor final. ''''Para as empresas do ramo intermediário, significa forte aumento de carga tributária, já que elas não podem aproveitar créditos tributários da cadeia produtiva. O industrial que entrar no sistema vai ter matéria-prima bitributada e todo o imposto que pagou não será aproveitado.'''' A quem interessa, então? ''''Aos muito espertos ou muito ingênuos.'''' Os sonegadores entram para pagar multa mais barata. E os ingênuos acreditando na redução tributária.'''' NA FRENTE CHOCANTE A situação de endividamento se agrava entre os consumidores de baixa renda, segundo apurou a Fecomércio SP, na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, que será divulgada hoje. Entre os consumidores que ganham até três salários mínimos, 58% estão endividados. FEBRE A busca de títulos de altíssima liquidez e segurança jogou a taxa de juros do Tesouro americano lá embaixo. Ontem, os Treasuries de quatro semanas estavam a 2,98%; os de três meses, a 3,6%; de dois anos, a 4,02%; de cinco anos, a 4,25%; e de dez anos, a 4,58%. Dez dias atrás, segundo contabiliza o economista Roberto Padovani do West/LB, o padrão do appel de três meses era de 4,9%. SEGMENTAÇÃO O FMI está montando publicações especializadas em um só país. A do Brasil deverá ser lançada em novembro. A FAVOR Horácio Piva comanda hoje, no Rosa Rosarum, a entrega do Prêmio Bracelpa de Desenvolvimento Sustentável para Jornalistas. Hoje, destaca Piva, as associadas da entidade participam de 550 iniciativas relacionadas a saúde, esporte, educação, cultura, além de manter programas integrados com 61 instituições ligadas à questão ambiental. MADE IN PARAGUAI Enquanto a MP que cria regime especial para produtos paraguaios continua repercutindo, Humberto Barbato, da Abinee, foi convidado pelo ministro Miguel Jorge para reunião, hoje, em Brasília, com o ministro da Indústria do Paraguai, José Maria Ibañes, o presidente da Confederação das Indústrias do Paraguai e o embaixador do país vizinho no Brasil. Assunto: temas relativos ao desenvolvimento do comércio Brasil e Paraguai, incluindo a integração de cadeias produtivas. DE GRÃO EM GRÃO A Camil, maior beneficiadora de arroz do Brasil, comprou a uruguaia Saman, que tem 50% do mercado de seu país e exporta 60% da produção. Com isto, a Camil se torna a maior das Américas no seu setor e terceira do mundo. E passa de um faturamento anual de R$ 660 milhões para R$ 1 bilhão. A agência Collucci, detentora da conta há nove anos, se prepara para comunicar esta grande conquista. INVESTIMENTOS Eveline Gerck, brasileira radicada nos EUA, que hoje preside o banco de investimentos AP International, está no Brasil. Veio selecionar 20 empresas para investir US$ 350 milhões em cinco anos.

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