PUBLICIDADE

Pix: FecomercioSP envia a BC propostas para aumentar segurança, como dupla checagem

Medidas têm como objetivo dificultar fraudes e crimes com a ferramenta e facilitar a identificação de transações suspeitas

Foto do author Thaís Barcellos
Por Thaís Barcellos (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) enviou ao Banco Central propostas para aumentar a segurança na utilização do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo BC. Depois do aumento de fraudes e crimes com a ferramenta, a autoridade monetária já adotou novas regras, como a limitação a R$ 1 mil para transferências no período noturno, mas a FecomercioSP avalia que as medidas são insuficientes. 

“[Os] criminosos utilizam ‘contas laranja’ e/ou ‘contas de aluguel/passagem’ para cometer atos ilícitos e direcionar rapidamente os recursos extraídos, de forma que não seja possível o rastreamento dos valores”, disse a FecomercioSP, em nota. 

Pix por código QR; com aumento de crimes envolvendo a ferramenta, o BC já adotou novas regras, mas a FecomercioSP avalia que as medidas são insuficientes. Foto: Leo Souza/Estadão - 16/11/2020

PUBLICIDADE

Uma das propostas é restringir transferências imediatas para contas que tenham sido criadas há menos de três meses, considerando que muitas delas são feitas apenas para realização de fraudes.

A federação também sugere combinar essa regra com a adoção de medidas para verificar a identidade dos recebedores. A ideia é que, nas três primeiras operações, o usuário realize uma dupla checagem (confirmando, por exemplo, os dados via celular e e-mail ou inserindo um código de segurança), o que, na visão da entidade, permitirá a rastreabilidade das informações. 

A FecomercioSP ainda propõe aumentar os critérios para abertura de contas digitais, como confirmação da veracidade de documentos enviados via reconhecimento fácil, biometria ou código PIN.

O assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina, reconhece que as medidas não vão acabar com o problema, mas tendem a dificultar ações criminosas e/ou a facilitar a identificação de transações suspeitas, como quando uma conta fica parada por meses e, na sequência, começa a receber várias transferências por Pix.

Pina ainda frisa que as medidas são apenas sugestões para o BC, que tem mais informações sobre o modus operandi das fraudes e crimes, e, portanto, pode ter sugestões melhores para aumentar a segurança do Pix.

Publicidade

“O Pix é uma excelente ferramenta. É bom para o consumidor e para o empresário. Mas as operações entre pessoas físicas têm gerado insegurança. Então estamos propondo criar mais critérios de segurança. Naturalmente, tem um custo de transação para o cliente, que pode ter que ficar esperando mais para receber um Pix ou ter que ir a um caixa fazer a biometria, mas a solução tem que ser simples, maximizar o benefício e minimizar o risco”, afirmou. 

Procurado, o Banco Central disse que vai avaliar as sugestões da FecomercioSP.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.