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Planejamento altera prazo de divulgação de indicadores

Medida surge um mês depois de especulações causadas por vazamento do resultado do IPCA de setembro

Por Rosana de Cássia , do Jornal da Tarde , e Beatriz Abreu e da Agência Estado
Atualização:

O Ministério do Planejamento publicou nesta terça-feira, 6, no Diário Oficial da União, portaria que estabelece em apenas duas horas de antecedência, o prazo para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) repasse a autoridades e órgãos governamentais o resultado das pesquisas sobre os indicadores conjunturais, como os índices de inflação. Para os órgãos de imprensa, os dados serão divulgados duas horas depois.   Um mês após as especulações no mercado financeiro sobre o suposto vazamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, o governo decide que o IBGE deve repassar com apenas duas horas de antecedência ao ministério e a outras autoridades o resultado das pesquisas sobre os indicadores conjunturais, como os índices de inflação.   Desde setembro de 2003, esses dados são repassados com 24 horas de antecedência. Na segunda, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, assinou portaria que modifica o prazo anterior - fixado pelo então ministro do Planejamento, Guido Mantega.   A portaria ressalta, em seu artigo 3º, que as autoridades constantes na lista de precedência deverão observar "o mais rigoroso sigilo das informações referentes aos indicadores". A relação das autoridades dessa lista que terá conhecimento prévio dos indicadores conjunturais será divulgada por meio de nota oficial do IBGE e divulgada pelo portal do Instituto, na Internet (aqui).   A divulgação da possibilidade de o mercado ter tido conhecimento do resultado do IPCA com 24 horas de antecedência originou, segundo analistas consultados à época, em apostas com uma inflação menor alterando os juros futuros. Com isso, o fato teve repercussão imediata no próprio IBGE e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) gerando a abertura de processo para investigar responsabilidades.

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