SÃO PAULO - O plano de concessões de rodovias e ferrovias anunciado ontem pela presidente Dilma Rousseff pode ser a garantia de um crescimento de 5% ao ano nas vendas de caminhões, que é o porcentual buscado pelo setor, avaliou hoje (16) o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e diretor de Relações Governamentais e Institucionais da MAN Latin America, Marco Antônio Saltini. Ele disse que o pacote logístico mostra que haverá recursos para investimentos que vão estimular a economia do País e o segmento de caminhões, afirma, está diretamente ligado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
"O governo encontrou um caminho para investir e isso pode garantir o nosso crescimento como planejado", afirmou, durante 22.º Congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo.
Saltini afirmou, no entanto, que é fundamental para o segmento de veículos pesados a manutenção das taxas de juros da linha Finame PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos) em 5,5%, com previsão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terminar no dia 31 deste mês.
"O volume de desembolso do BNDES com essa linha foi menor que a expectativa", disse Saltini, em referência à queda das vendas no ano de 2012 em razão da crise internacional e da introdução de nova tecnologia de motores para caminhões. "O governo deveria manter a taxa de juros nesse nível."
De acordo com Saltini, as taxas de juros do Finame são as menores da história e precisam ser mantidas até quando o País retomar a trajetória de crescimento. "Com o PIB atual, não há venda de caminhões. Enquanto a economia não andar, teremos uma situação complicada", afirmou. "Venda de caminhão deveria ser um índice econômico porque se a economia vai bem esse mercado também se sai bem."
Saltini estima que em 2012 as montadoras venderão 130 mil caminhões e que a produção neste ano chegou a cair 45%. "É praticamente meia fábrica parada", disse.