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Plano de demissões da Peugeot Citroën não inclui Brasil

Segundo a subsidiária brasileira da montadora não há previsão de demissões no País e os planos para o Mercosul, onde também atua com outra unidade, na Argentina, estão mantidos

Por Agencia Estado
Atualização:

A fábrica do grupo francês PSA Peugeot Citroën em Porto Real (RJ) deverá passar ao largo do plano de demissões anunciado na terça-feira pela matriz. Segundo a subsidiária brasileira da montadora, que projeta alcançar o equilíbrio financeiro este ano, não há previsão de demissões no País e os planos para o Mercosul, onde também atua com outra unidade, na Argentina, estão mantidos. Esses planos incluem o lançamento de seis novos modelos na região até 2009. Na terça, o presidente mundial da PSA, Jean Martin Folz, anunciou, na França, programa de demissões de 10 mil empregados, basicamente nas operações européias, e a economia de 125 milhões de euros até o fim deste ano. No discurso, contudo, Folz destacou que o Mercosul e a China representam fronteiras de crescimento para a montadora francesa. Segundo especialistas, o mercado europeu, mais maduro, apresenta menor evolução. Nesta quarta-feira, o presidente do sindicato de metalúrgicos do Sul Fluminense, Renato Soares, procurou a empresa, preocupado com as notícias sobre a reestruturação do grupo. A área de recursos humanos indicou que a subsidiária não seria afetada, mesma versão apresentada pela assessoria de imprensa. "O situação brasileira é muito diferente que do está na Europa. Pode crescer muito ainda", diz o especialista da consultoria Roland Berger, Corrado Capellano. Embora fora do alvo dos cortes, até o momento, a subsidiária brasileira já vinha se esforçando para aumentar as receitas e reduzir custos no País, onde começou a operar com produção própria em 2001. Há duas semanas, o presidente do grupo PSA para o País, Pierre Michel Fauconnier, contou em entrevista que a unidade brasileira fechará o ano em equilíbrio, depois dos primeiros anos com prejuízo da unidade fabril no País. De forma geral, o projeto tem sido ampliar as receitas para diluir os custos fixos, gerados com os pesados investimentos feitos no País, num total de US$ 750 milhões até esse ano, e diminuir custos de produção. Este ano, o grupo prevê faturar R$ 4,3 bilhões, 16% acima dos R$ 3,7 bilhões do ano passado, incluindo as serviços. As vendas de automóveis saltarão de 80 mil para 100 mil unidades no Brasil, um avanço de 25%. Uma fonte ligada à empresa confirmou nesta quarta que os planos estão mantidos e informou que a possível abertura de um terceiro turno de produção, que estava sendo cogitada anteriormente, não foi descartada em função da reestruturação anunciada pela matriz. A PSA funciona de maneira coordenada, praticamente alternando lançamentos regionais de produtos entre Brasil e Argentina. Quando esteve no Brasil, em meados de setembro, o presidente mundial afirmou que havia "novos carros em preparação para serem fabricados em Porto Real" nos próximos anos, sem citar prazos. Anteontem, Folz confirmou seis lançamentos no Mercosul e onze na China, até 2009. Ao anunciar a necessidade de contenção de despesas, o principal executivo do grupo citou ajustes no quadro de empregados na França e Espanha, o fechamento progressivo de uma fábrica na Grã-Bretanha e a suspensão do projeto da segunda unidade de produção na Eslováquia.

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