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Plano de mediador colocaria fim à Guerra da Celulose

Para diplomata, fábrica da Botnia se instalou em região de fronteira entre Uruguai e Argentina, mas só ofereceu vantagens econômicas ao primeiro

Por Agencia Estado
Atualização:

A Guerra da Celulose poderá chegar ao final com as propostas a serem apresentadas pelo mediador Juan Yáñez Barnuevo, que atravessará nesta quinta-feira o rio Uruguai pela terceira vez em apenas três dias. Segundo informações de uma alta fonte da chancelaria argentina à AE, "existem grandes possibilidades de uma aproximação entre os dois países com esse plano" enviado pelo Rei da Espanha, Juan Carlos. Sem minimizar o conflito, o diplomata reconheceu que "o caso é muito grave", mas "a proposta do mediador é viável". Ele disse que houve "muita inabilidade" por parte da empresa finlandesa Botnia e do governo uruguaio, a qual deu início à polêmica que já dura mais de dois anos. "Aqui há uma questão econômica como fundo de toda a briga ecológica: Botnia se instalou em Fray Bentos e ofereceu emprego para toda a cidade, mas não ofereceu nenhuma vantagem econômica para o outro lado do rio, em Gualeyguachú", raciocina a fonte. Ele explica que, desde o princípio, se a Botnia tivesse estabelecido uma compensação econômica também para os moradores de Gualeyguachú, cidade argentina separada da uruguaia Fray Bentos somente pelo rio Uruguai, teria evitado a resistência por parte dos moradores. "Agora é tarde para isso", sentencia a fonte que acredita numa aproximação a partir do plano do embaixador Barnuevo, quem desembarcou em Buenos Aires no último domingo. O mediador já se reuniu com o governo argentino duas vezes e com o uruguaio uma. Nesta quinta-feira irá novamente a Montevidéu para levar a resposta de Kirchner sobre se aceita sentar-se para retomar o diálogo interrompido há mais de um ano. Um encontro entre os dois presidentes é considerado um grande avanço em direção à solução do conflito. A proposta Yáñez Barnuevo é de construir um duto que desembocaria a uns 30 quilômetros de distância de Fray Bentos, e por conseqüência, longe das praias de Gualeyguachú. Além disso, ele propõe a instalação de uma ilha de vegetação para tapar as chaminés da fábrica, e um tratamento especial para que o mau cheiro expedido pelas chaminés não chegue até Gualeyguachú.

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