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Plano do governo prevê trocar 10 milhões de geladeiras

Por Gerusa Marques
Atualização:

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou hoje que o programa do governo de incentivo à população para trocar geladeiras antigas por novas deverá ser lançado no segundo semestre deste ano. A ideia do governo é trocar, em dez anos, 10 milhões de geladeiras de alto consumo de energia por aparelhos mais econômicos e menos poluentes. Os recursos para o programa - apelidado de "Bolsa-Geladeira" - serão fornecidos pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e, se necessário, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo Lobão. Ele não informou qual o volume total de recursos, mas disse que os beneficiados pelo programa pagarão prestações de baixo valor diluídas em prazos longos. O ministro disse que o uso de geladeiras mais modernas reduzirá o consumo de energia, e a economia ajudará o governo a pagar os aparelhos novos que serão fornecidos. Lobão disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem o programa foi discutido na última quarta-feira, ficou entusiasmado. Plano decenal de energia Edison Lobão afirmou que o Brasil precisará elevar em 50% a sua capacidade de produção de energia no prazo de 10 anos. Segundo ele, o Brasil tem hoje uma capacidade de 102 mil megawatts (MW) e precisará instalar, até 2018, 51 mil MW. "Temos cada vez mais que investir para ter a segurança de que o Brasil não sofrerá por falta de energia", disse Lobão ao anunciar hoje o Plano Decenal de Energia Elétrica 2008-2017. Segundo o ministro, o Brasil manterá como prioridade a energia hidrelétrica e de fontes renováveis, mas ele não descartou o uso de energia térmica, principalmente das usinas nucleares. Lobão disse que a energia eólica é uma boa alternativa, mas apresenta o problema do alto custo. Ele afirmou que, dos R$ 142 bilhões que foram acrescidos ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), metade será para o setor de energia, que segundo ele, não sofreu impacto com a crise financeira internacional. Ao ser questionado sobre as críticas que o governo tem sofrido pelo aumento da utilização de energia vinda de usinas termoelétricas movidas a óleo, Lobão disse que essas térmicas não ficam ligadas o ano inteiro e que elas têm caráter estratégico para garantir que não faltará energia na época de seca. Ele explicou que o Plano Decenal foi feito com base numa projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,9% ao ano e, com a crise econômica, será necessário fazer uma revisão anual das estimativas. Pré-sal O ministro disse que a comissão interministerial criada para reformular a legislação sobre petróleo com vista à futura exploração da camada do pré-sal deverá se reunir na próxima para concluir seu trabalho e apresentar os resultados ao presidente Lula. Desde o final do ano passado, o ministro vem anunciando a realização da reunião final da comissão, mas o encontro tem sido sempre adiado. Segundo Lobão, serão levadas cinco opções de propostas ao presidente Lula para que faça uma escolha. O ministro não detalhou quais serão essas opções, mas voltou a afirmar que defende a criação de uma empresa estatal para administrar o processo de exploração do pré-sal. Questionado sobre as razões do atraso nos trabalhos da comissão, Lobão respondeu: "Não há pressa. O atraso não prejudica o pré-sal."

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