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Plano europeu de socorro a bancos soma US$ 2,28 tri, diz 'FT'

Portugal, França, Alemanha, Itália, Espanha, entre outros, divulgam pacotes para restaurar confiança do sistema

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Por Redação
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Os planos de resgate a instituições financeiras anunciados por países da Europa nos últimos dias somam US$ 2,28 trilhões (1,68 trilhão de euros), segundo cálculo feito pelo site do jornal Financial Times. Alemanha, França e outros países europeus divulgaram planos de resgate para recapitalizar seus bancos e descongelar o mercado de crédito, na esteira do anúncio de medidas no Reino Unido para estatizar partes de seu sistema bancário.   Veja também: Em meio à crise, empresas têm que pagar US$ 15 bi ao exterior Europa vai garantir dívidas bancárias por até 5 anos Reino Unido vai resgatar seus 4 maiores bancos, diz jornal Como o mundo reage à crise  Confira as medidas já anunciadas pelo BC contra a crise Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira    O governo português aprovou a criação de um fundo de até 20 bilhões de euros (US$ 27 bilhões) para garantir a liquidez aos bancos do país. Em comunicado, o governo disse que a linha de financiamento temporário, que poderá ser utilizada por todas as instituições de crédito sediadas em Portugal, estará disponível apenas até 31 de dezembro de 2009.   O governo britânico disse que irá gastar até 37 bilhões de libras (US$ 63,95 bilhões) para injetar recursos nos principais bancos do país. O movimento pode garantir que o governo se torne o maior acionista do Royal Bank of Scotland e do HBOS.   O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta segunda-feira, 13, um plano anticrise de até 360 bilhões de euros, destinados a garantir os empréstimos entre bancos e a intervir nas instituições com problemas de liquidez. Sarkozy disse que o governo destinará no máximo 320 bilhões de euros para garantir os empréstimos entre entidades e fomentar o mercado creditício. Os 40 bilhões de euros restantes serão usados para impedir a quebra dos bancos mais afetados pela crise financeira. Com a verba, o Estado francês poderia entrar no capital das entidades à beira da falência.   Na Alemanha, o pacote de resgate financeiro inclui uma injeção de até 80 bilhões de euros (US$ 109 bilhões) em capital novo e até 400 bilhões de euros (US$ 546 bilhões) em garantias bancárias, segundo detalhes do projeto de lei divulgados nesta segunda. O pacote deve ser aprovado pelo gabinete do governo ainda nesta segunda. O governo também fez uma provisão de 5% para as perdas sofridas pelas instituições financeiras. O pacote de resgate irá vencer em 31 de dezembro de 2009, diz a proposta.   O governo da Áustria apresentou um pacote de medidas no valor de 100 bilhões de euros (US$ 136 bilhões) para combater a crise financeira internacional. O pacote inclui garantias do governo para transações de refinanciamento e possíveis injeções de recursos para os bancos por meio da participação estatal em aumentos de capital. As medidas incluem também garantia completa para os depósitos nos bancos austríacos para pessoas físicas e a suspensão de vendas a descoberto.   O governo italiano e o Banco da Itália aprovaram novas medidas para aumentar a confiança no sistema financeiro, em linha com outros países integrantes da zona do euro, de acordo com o ministro das Finanças, Giulio Tremonti. As medidas incluem a garantia estatal de dívidas bancárias de novas dívidas bancárias de até cinco anos emitidas até o final de 2009; um swap do banco central da Itália para ajudar os bancos a se refinanciarem; e o apoio estatal aos financiamentos de bancos para companhias privadas.   Já o governo espanhol aprovou a criação de linhas para garantir até 100 bilhões de euros (US$ 135,2 bilhões) em emissão de bônus bancários em 2008 e para comprar ações de bancos, disse a jornalistas em Madri o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero.   Na Holanda, o governo anunciou que irá garantir até 200 bilhões de euros (US$ 270 bilhões) em empréstimos interbancários. "O governo da Holanda está preparado para garantir empréstimos entre os bancos e entre as instituições financeiras e bancos no valor de até 200 bilhões de euros", disse o primeiro-ministro do país, Jan Peter Balkenende.   Durante o fim de semana, líderes da zona do euro realizaram uma reunião de emergência e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que a população poderia esperar uma série de anúncios coordenados vindos das diversas capitais européias.   Nesta segunda-feira, o Banco Central Europeu (BCE) disse que pretende emprestar aos bancos comerciais qualquer volume solicitado de dólares. Em um anúncio conjunto com o Federal Reserve, o BCE, o Banco da Inglaterra e o banco central suíço disseram que vão aceitar todos os pedidos dos bancos comerciais por empréstimos a uma taxa de juro fixa.   Austrália   Os governos da Austrália e da Nova Zelândia juntaram-se aos países que darão garantias aos depósitos feitos nas instituições financeiras, como parte do plano para proteger seus respectivos países da crise financeira global. A Austrália informou que irá dar garantia por três anos aos depósitos bancários, tornando-se fiador de até US$ 458 bilhões em depósitos. Em troca das garantias oferecias, os bancos vão pagar um prêmio de seguro.   O anúncio veio depois que o G-20, grupo dos países em desenvolvimento, apoiou o uso de todas as ferramentas disponíveis para lidar com a crise econômica global. Contudo, o G-20 não apresentou nenhum plano específico.   O governo da Nova Zelândia anunciou a oferta de uma garantia opcional para todos os depósitos bancários de varejo pelos próximos dois anos. O plano tem o objetivo de alinhar o país com a vizinha Austrália. A garantia oferecida pela Nova Zelândia é opcional e deve se dar por meio de contratos bilaterais entre o governo e as instituições financeiras que aceitarem a oferta.   Outras medidas, além da garantia aos depósitos, foram tomadas pela Austrália. O primeiro-ministro, Kevin Rudd, disse que o governo também garantirá os empréstimos tomados pelos bancos australianos nos mercados internacionais de crédito e dobrará, para US$ 5,2 bilhões, os fundos disponíveis para garantir as hipotecas do país. Rudd afirmou que os bancos australianos continuam em boas condições, mas que a crise global estava afetando a confiança em todo o mundo, inclusive na Austrália. No Japão, o ministro das Finanças, Shoichi Nakagawa, afirmou que o Banco Central pode considerar a possibilidade de garantir todos os depósitos bancários, se houver necessidade, informou a Jiji Press.   O Catar lançou um plano de US$ 5,3 bilhões para comprar ações de bancos listados na bolsa de valores local.   Na Rússia, o presidente, Dmitry Medvedev, aprovou uma lei que, entre diversas medidas, prevê o refinanciamento de US$ 50 bilhões em dívida externa - que deve beneficiar as empresas - e autoriza alguns bancos do país a tomar empréstimos de seis meses sem garantias, de acordo com a agência de notícias Prime-Tass. A lei é parte de um pacote mais amplo, avaliado em US$ 200 bilhões, que tem como objetivo auxiliar o setor financeiro.   Arábia   A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos também anunciaram medidas para dar suporte a seus respectivos sistemas financeiros, tornando-se os primeiros países da rica região do Golfo Pérsico a tomar medidas drásticas para proteger os depositantes da crise financeira global.   A Arábia Saudita colocou US$ 40 bilhões à disposição dos bancos do país, que poderão requisitar os recursos, mas que nenhum banco acessou a linha.   Os Emirados Árabes Unidos irão garantir os depósitos e a poupança nos bancos nacionais. O governo também deu garantias de que nenhum banco local irá ficar exposto aos riscos de crédito e informou que dará garantias às operações no mercado interbancário de qualquer banco situado no país. O governo também disse que irá injetar liquidez, se necessário, no sistema bancário quando as instituições pedirem.

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