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Plano para fundo de resgate não alivia temor com Itália, dizem economistas

Avaliação é de que o país poderá abrir a próxima batalha na luta para salvar o euro 

Por Danielle Chaves e da Agência Estado
Atualização:

BERLIM - A situação da Itália continua sendo um foco de preocupação, apesar do acordo anunciado nesta madrugada pelos líderes europeus para tentar conter a crise de dívida da zona do euro. Economistas temem que os planos não sejam suficientes para evitar que a Itália enfrente problemas nos mercados financeiros e abra a próxima batalha na luta para salvar o euro.

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"Se os mercados percebem a Itália como um grande problema, não estou certo de que a EFSF será capaz de resolver esse problema", afirmou Rym Ayadi, pesquisador e diretor da unidade de instituições financeiras e políticas prudenciais do Centro para Estudos Políticos Europeu, em referência à Linha de Estabilidade Financeira Europeia.

"O volume da EFSF é apenas um aspecto de um pacote completo e se os políticos pensam que o mero aumento no tamanho pode ser suficiente, eles nunca vão conseguir vencer essa briga", comentou Joerg Kraemer, economista-chefe do Commerzbank. A Itália tem sido criticada pela falta de reformas estruturais e por não cuidar de sua dívida de 1,9 trilhão de euros.

Nesta madrugada, os líderes europeus chegaram a um acordo para reduzir a dívida da Grécia, recapitalizar os bancos europeus e expandir o poder de fogo da EFSF. Os economistas elogiaram o fortalecimento do fundo de resgate, mas expressaram receios de que o pacote de medidas não consiga evitar um contágio financeiro em outros países e alertaram que a Itália pode ser o próximo da fila.

Os detalhes sobre a planejada ampliação da EFSF ainda são vagos, mas as linhas gerais indicam que a capacidade de empréstimo do fundo será elevada para cerca de 1 trilhão de euros, por meio de duas opções. Uma é assegurar parcialmente a nova dívida emitida por países debilitados da zona do euro e a outra é criar um veículo de investimento que permitirá que investidores privados e países ricos - como a China - apliquem recursos na linha de compra de bônus da EFSF.

Economistas afirmaram que havia outros modelos em discussão para o fundo que poderiam ter dado ainda mais poder de fogo à EFSF. Os compromissos selados entre os líderes europeus, segundo Ayadi, "não são uma solução arrojada para convencer o mercado". As informações são da Dow Jones.

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