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Plano Pró-Brasil é superficial e inexequível, diz economista

Para Ana Carla Abrão, é difícil até comentar um plano econômico feito sem a participação da equipe econômica

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

O Plano Pró-Brasil, elaborado sem a participação do Ministério da Economia e anunciado na quarta-feira, 22, pelo ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Braga Netto, “é superficial e inexequível, é uma carta de intenção”. A avaliação é da economista Ana Carla Abrão, ex-secretária da Fazenda do Estado de Goiás e sócia da consultoria Oliver Wyman no Brasil.

Ana Carla Abrão no escritório Oliver Wyman, no Brasil. Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

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“Acho até difícil comentar um plano econômico que não tem a participação da equipe econômica. É o que venho falando desde o começo desta pandemia: o governo não consegue dar uma resposta à crise com todos os atores importantes à mesa”, disse a economista, que também é colunista do Estadão, ao se referir à ausência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no anúncio do Plano.

Ana Carla diz ser sabido por todos que a política de ajuste fiscal terá de ser relaxada neste momento de crise na saúde. Mas, de acordo com ela, é a equipe econômica, que conhece os dados da economia, que dá o direcionamento, que pode fazer as restrições fiscais num plano como o anunciado.

“Não adianta fazer um 'power point', falar que vai gastar R$ 500 bilhões e não dizer de onde virão os recursos, como serão financiados e a que setores vão ser privatizados, quais são os motores da retomada”, criticou. Para a economista, a superficialidade do plano vai expor a equipe que o construiu e não desgasta a equipe do Ministério da Economia.

“É uma carta de boa intenção. Na verdade, é mais um desejo. A gente critica o governo por estar dando um cheque em branco aos Estados e agora, dentro do governo, se assina um cheque em branco”, disse.