20 de maio de 2013 | 02h07
Espere até o momento em que você deveria entrar no financiamento e venda o terreno. O seu investimento, sem dúvida, teve excelente rendimento porque em quatro anos proporcionou um ganho de 467%. Desde o fim de 2011, os imóveis já não estão se valorizando tanto e neste ano há indícios de que os preços estejam caindo em algumas localidades. Passe a observar constantemente os preços e mantenha o terreno por mais algum tempo, mas fique aberto a boas propostas. Perto do fim do ano, comece o processo de venda para que tudo esteja concluído na época em que você terá que arcar com o valor principal, projetado em R$ 160 mil. Pense no que significa manter a prestação de R$ 1.500 no seu orçamento por 20 ou 30 anos. Nossas taxas de juros estão mais baixas, mas ainda continuam muito altas em relação ao praticado em outros países, particularmente no crédito imobiliário.
Fiz uma aplicação em um VGBL para minha mãe, sendo eu o beneficiário. Com o falecimento dela, recebi o pagamento, mas fui surpreendido pela cobrança do Imposto de Renda. Há justificativa para esta cobrança?
Acredito que não haja nada de errado nessa cobrança do imposto. Os valores recebidos pelos beneficiários indicados nos planos de previdência complementares, sendo ele VGBL ou PGBL, são sujeitos à incidência de Imposto de Renda de acordo com a tabela escolhida no momento da aquisição dos planos. Há previdências que oferecem seguros associados para caso de invalidez ou morte do titular. Os benefícios usuais são "pecúlio" (em caso de morte do titular é garantido o pagamento único de uma quantia) ou "renda vitalícia" por invalidez. Nestes casos, haverá isenção de Imposto de Renda quando se tratar de pecúlio e o pagamento ocorrer por entidade de previdência privada, fechada ou aberta, quando se tratar de prestação única e o pagamento decorrer de falecimento ou invalidez permanente do participante. O participante somente terá direito a esses benefícios citados se ele contratar o plano estabelecendo essas condições, pois se trata de um seguro e não é condição natural do plano de previdência. Verifique as cláusulas do plano de sua mãe para ter certeza dos seus direitos neste caso.
Há 15 anos tenho um plano de previdência PGBL moderado (90% renda fixa e 10% renda variável) e um VGBL conservador (100% em renda fixa). Irei me aposentar em dois anos. No VGBL contribuo com R$ 1.423 por mês e tenho R$ 221 mil e no PGBL não pago nada e tenho R$ 125 mil. O banco sugeriu que eu transfira o valor do PGBL para um perfil conservador e invista R$ 500 por mês. É uma boa estratégia ou seria melhor resgatar as previdências e aplicar num fundo ou comprar um imóvel para alugar?
A sugestão do seu gerente não me agrada, pois ele está recomendando sem analisar o seu perfil adequadamente. Para fazer uma opção mais consciente considere seu objetivo de complementar a renda daqui dois anos e que você já investe num plano conservador. Analise com cuidado que tipo de renda você receberá, se é vitalícia ou temporária. Com essas informações, você pode verificar no seu próprio banco ou em outras instituições opções de planos que ofereçam maior rentabilidade, com grau de risco e outras condições similares ao atual, mas que tenham custos mais baixos. Caso encontre essa alternativa poderá usar a portabilidade, transferindo os recursos. Comprar um imóvel com esse dinheiro eu não acho adequado porque com os R$ 346 mil você deverá obter uma renda de aluguel próxima a R$ 1,8 mil, com todas as dores de cabeça de manter o imóvel alugado e imobilização do valor principal. Caso você tenha alguma capacidade de poupança, como mencionado de R$ 500, aplique em outros tipos de investimentos considerando que você deverá ter mais de uma reserva financeira. Um deles deve ter alta liquidez para fazer frente ao dia a dia e outros, prazo de maturação maior que busquem um pouco mais de rendimento, mas sem alto grau de risco porque nesta fase de vida o seu interesse é manutenção da renda.
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