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Plantio da soja transgênica começou logo após MP

Por Agencia Estado
Atualização:

A medida provisória que autorizou o cultivo de mais uma safra de soja transgênica foi anunciada poucas horas antes de as primeiras sementes da safra 2004/2005 irem ao solo do Rio Grande do Sul. Conforme haviam programado, alguns agricultores da região central do Estado começaram a semear nesta sexta-feira, aproveitando o dia de sol e antecipando-se à perspectiva de chuva do final de semana. A decisão estava tomada e não dependia do anúncio do governo. A medida provisória foi recebida como um reconhecimento de que a cultivo do grão geneticamente modificado é irreversível. A medida provisória pode oferecer a segurança jurídica que os agricultores gaúchos queriam, mas o mercado oferece mais incertezas do que o comportamento do clima. A cotação da saca de 60 quilos caiu de R$ 52 no primeiro semestre para valores próximos a R$ 30 atualmente. A boa safra norte-americana também vai elevar a oferta e reduzir os preços internacionais. Portanto, a expectativa não é de resultados espetaculares como os de 2003. Outra preocupação dos agricultores do Rio Grande do Sul é com os royalties. No ano passado, eles conseguiram um acordo com a Monsanto, detentora de tecnologia da soja transgênica, para pagar R$ 0,60 por saca colhida. Agora temem que a empresa volte a querer R$ 1,20, como no início daquela negociação. Lembram que os custos estão elevados e que a perspectiva do preço é menor. A Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul) já colocou o assunto em pauta e vai promover uma reunião para discuti-lo com seus associados na próxima terça-feira. Sobraram ironias e reclamações contra o governo federal na avaliação que o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, fez da MP. A exigência de destruição dos estoques que estiverem disponíveis em 31 de março de 2006 foi considerada um absurdo. "Gostaríamos de ver o presidente Lula incinerando soja ao lado de uma faixa do Fome Zero", destacou.

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