PUBLICIDADE

Players: queda das bolsas não se sustenta no médio prazo

Direto da fonte

Por Sonia Racy e sonia.racy@grupoestado.com.br
Atualização:

Players do mercado brasileiro de sangue-frio, top de linha, nem sequer se mexeram, ontem, ante movimentos de quase pânico que resultaram na derrocada das bolsas pelo mundo. Pelo contrário, estudam compras pontuais, com o raciocínio de que o mundo está crescendo mais que o imaginado. ''''Qual o fundamento do mercado acionário? O crescimento global. O FMI, anteontem, revisou suas expectativas de crescimento em 2007 para cima, para 5,2%, e não para baixo'''', ponderou ontem um expert no assunto. Mas, no caso dos EUA, a revisão não foi para baixo? ''''É verdade, mas não significa desastre, significa que a economia global está dependendo menos dos EUA, o que é bom para todos'''', destaca a mesma fonte, listando que houve revisão de crescimento positiva dos países da Ásia, do Japão e até da categoria subsaariano que, segundo o fundo, vai crescer 7%. O fato, segundo outra fonte do mercado que tampouco se mexeu, é que, no início de 2000, quando houve uma correção gigantesca na Nasdaq por conta do superinvestimento em tecnologia, o índice americano S&P, que reúne as 500 ações top de linha na Bolsa de Nova York, negociava a 31 vezes o lucro das empresas que compunham o índice. Hoje, o mesmo S&P negocia apenas a 16 vezes mais. ''''Isto é, a metade do que negociava há sete anos e as empresas hoje gastam metade do tempo para gerar o mesmo lucro'''', explica o expert, perguntando: Onde está o exagero? Mas, então, qual a razão da forte crise dos mercados esta semana? Houve uma piora dos subprimes? ''''Nada disto. O raciocínio é equivocado. O medo dos investidores, ante a subprime, fez sim com que adotassem uma posição mais conservadora. Portanto, foi com olhos mais conservadores que olharam para a operação que iniciou essa volatilidade toda: a Chrysler, que fez um empréstimo sindicalizado de US$ 20 bilhões, distribuído por dez bancos, tentou passar esse montante para seus investidores e não conseguiu. Pronto. Os investidores passaram a achar que nenhuma empresa mais vai fazer este tipo de operação, não vão mais dar lucro, com o mercado menos apto a dar créditos corporativos.'''' Acredita que esta preocupação não se sustenta no médio prazo. Por aqui, o Brasil acompanha o movimento. A forte saída de estrangeiros da Bovespa pode significar realização de lucros, o que não traria maiores conseqüências. Ou vendas para cobrir perdas lá fora. Aí é que a porca torce o rabo.. . IMPRESSÃO DIGITAL O Conselho Monetário Nacional aprovou ontem resolução que determina a criação de ouvidorias por todas as instituições financeiras. No Bradesco, seu presidente, Marcio Cypriano, ressaltou a importância dessa decisão e lembrou que desde que o banco criou sua ouvidoria, em 2005, melhorou significativamente seu relacionamento com os clientes. Tanto que, em junho, completaram 15 meses consecutivos fora da lista do BC de instituição com reclamações de clientes. E isso num banco com 16,5 milhões de clientes. Segundo Cypriano, a ouvidoria do Bradesco foi criada há dois anos, mas teve sua origem no Alô Bradesco, instalado em 1985. NA FRENTE COPOM Se o cenário externo não se deteriorar - os últimos três dias de forte volatilidade preocupam -, o Copom deve anunciar mais um corte de meio ponto porcentual em sua reunião de setembro. Pelo menos é esta a conclusão dos analistas da corretora Ativa, depois de lerem a Ata do Copom divulgada ontem. Isto mesmo achando que o Copom adicionou novas informações na Ata que justificariam um corte de 0,25 ponto porcentual. Por outro lado, os analistas da Ativa entendem que os riscos de pressão de demanda não são desprezíveis, e deveriam ter peso maior na análise do Copom. ''''Mas parece que, assim como os outros três membros do Copom, somos voto vencido.'''' SEM LÁGRIMAS Interessante registro da Ata do Copom: ''''Na comparação com maio de 2006, as vendas no segmento de móveis e eletrodomésticos cresceram 10,3% e no segmento de tecidos, vestuário e calçados, 16%.'''' Seria algo do tipo ''''parem de chorar''''? DEDOS Nenhuma linha na Ata do Copom sobre a meta de inflação de 2009, de 4,5%. No entanto, no parágrafo 13, há uma mudança em relação às expectativas de inflação: não citam mais o longo prazo. AEROINDÚSTRIA A Constran, depois de ter ganho a concessão por 20 anos para construção do aeroporto industrial de Viracopos, fechou um acordo para a gestão do aeroporto com um grupo de empresários de Campinas, liderados por Juan Quirós. ''''Esta nova empresa fará a estratégia para a atração de investimentos, implantação de indústrias exportadoras e a operação de toda a gestão'''', conta o ex-Apex. A área inicial dentro do aeroporto é de 50 mil metros quadrados, a ser complementada por outra, de 80 mil metros. O investimento na primeira fase de implantação será de R$ 70 milhões. DESAFOGO Vaiado na abertura do Pan do Rio e impactado pela queda do avião da TAM, o presidente Lula começou ontem roteiro pelo Nordeste, onde tem grande índice de popularidade. Para quê? Oficialmente, para divulgar o PAC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.