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''''Podemos gerar 100 mil empregos''''

Executivo conta que empresas de tecnologia negociam com o governo o abatimento dos impostos sobre a folha de pagamento

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Por Redação
Atualização:

As empresas brasileiras de software e tecnologia estão negociando com o governo uma redução nos impostos que incidem sobre a folha de pagamento de quem exporta serviços. Segundo o presidente da IBM brasileira, Rogério Oliveira - que acaba de ser promovido para a presidência da empresa na América Latina- as negociações estão bem encaminhadas. Rogério deu a seguinte entrevista ao Estado, antes do anúncio de sua promoção: Porque vocês estão apresentando essa proposta ao governo? O setor cresceu muito e pode crescer mais. No Brasil, o problema é que temos um degrau para treinar a mão-de-obra para atender nossas necessidades e nos custa caro fazer isso. Não adianta ter treinamento técnico e não falar inglês - ou o contrário. Essa combinação é cara e houve escassez de pessoal na indústria de serviços. Quando a economia não crescia tanto, havia mão-de-obra disponível. Mas na hora em que a economia começou a crescer, todo mundo começou a contratar. O que vai determinar a velocidade de crescimento é o custo com que vamos competir lá fora. O custo trabalhista no Brasil é muito alto. Dependendo do serviço, 60% do custo é mão-de-obra. Quem participa do movimento? Não só a IBM, mas várias empresas que estão buscando esse nicho de exportação estão no mesmo barco. Unimos duas associações de empresas, o IBCD e a Brasscom, para ficarmos mais fortes. A nova Brasscom está trabalhando propostas de algum tipo de incentivo para baixar o custo de mão-de-obra para a exportação. Isso está sendo trabalhado em várias esferas, Ministério do Trabalho, Ministério da Previdência, com o ministro Miguel Jorge e por aí a fora. Já existem algumas jurisprudências em outros setores. Na agricultura, por exemplo, o imposto não incide sobre salário, mas sobre a nota fiscal final, com percentagem muito menor. De quanto seria o abatimento? As propostas estão sendo feitas. Na agricultura, ao invés de pagar os 18% a 20% de INSS, você paga de 2% a 3% na fatura final. Com isso, incide menos imposto sobre o custo laboral. Quanto cairia o custo da mão-de-obra com a redução do imposto? De 15% a 20%, já nos ajudaria. Qual a reação do governo? Tem um sinal positivo do governo, há uma intenção de se fazer isso. A indústria da tecnologia tem uma proposta. O ex-ministro Luiz Furlan tinha colocado um objetivo, que não foi atingido, de alcançarmos US$ 2 bi anuais de exportações de serviços de tecnologia. Podemos exportar US$ 5 bi no espaço de 4 ou 5 anos, com o compromisso de gerar 100 mil novos empregos de tecnologia. É viável? A Índia vai exportar US$ 30 bi esse ano, com um objetivo de ir a US$ 60 bi. Será que é problema?

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