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Polícia Federal e Receita prendem 79 por sonegação

O empresário Marco Antônio Mansur, dono do Grupo MAM, é acusado de ser o líder do esquema

Por Agencia Estado
Atualização:

Setenta e nove pessoas já foram presas na Operação Dilúvio, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal e a Receita Federal, e que desmantelou o maior esquema de fraudes no comércio exterior no Brasil. O principal líder do esquema, o empresário Marco Antônio Mansur, dono do Grupo MAM, formado por dezenas de empresas de importação, foi preso em São Paulo. Além de Mansur, foi detido em Santa Catarina um assessor da secretaria de Fazenda do Estado. Na sua residência foram encontrados US$ 1 milhão e R$ 470 mil em dinheiro vivo. A suposta assessora financeira da quadrilha, Alessandra Salewski, também foi presa. O filho de Marco Antônio Mansur, o Marquito (Marco Antônio Mansur Filho) foi preso e estaria colaborando com as investigações. O possível braço da quadrilha no Rio, Antonio Carlos Barbeito Mendes, o Tony, está foragido. O braço do grupo nos Estados Unidos, Adilson Soares, se apresentou a um agente da PF em Miami e está a caminho do Brasil, onde deverá ser preso ao chegar. Com a colaboração do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, a PF e a Receita também fizeram operações de busca e apreensão em estabelecimentos controlados pelo grupo brasileiro em Miami, entre eles um grande depósito de mercadorias que seriam embarcadas para o Brasil. A quadrilha atuava há pelo menos 10 anos num complexo esquema, que envolvia várias empresas de fachada e empresários laranjas para a importação a preços subfaturados de eletrônicos, equipamentos de informática e telecomunicações, pneus, carros, frutas, embalagens, perfumaria, vitaminas, motos, tecidos, equipamentos cirúrgicos e baterias. Alguns clientes do grupo, como grandes empresas atacadistas, varejistas e indústrias, também estão envolvidos na fraude. O esquema permitiu a eles adquirir os produtos a preços muito mais vantajosos do que a concorrência. A Receita estima que nós últimos quatro anos, cerca de R$ 1,1 bilhão foram importados pelo grupo de forma ilegal. Pelo menos R$ 500 milhões deixaram de ser pagos em impostos nesse período, calcula o Fisco. O grupo já tinha sido alvo das investigações na Operação Narciso, que desmantelou um esquema de subfaturamento na Daslu, loja de produtos de luxo de São Paulo. O esquema também abastecia com produtos o contrabandista Law Kim Chong. Buscas e apreensões Serão realizados 173 mandados de busca e apreensão nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Bahia , Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Espírito Santo - 74 deles em São Paulo. Até o final desta quarta-feira, a polícia pretende prender 30 pessoas dos 40 mandados de prisão previstos no Estado. Durante a manhã, 18 pessoas foram presas e levadas para à sede da Polícia Federal em São Paulo, onde vão cumprir prisão temporária. Além disso, também já foram confirmadas 21 prisões no Rio. Recebimento de mercadorias Fontes envolvidas na investigação informaram que entre as empresas que receberiam mercadorias do grupo de Mansur estariam o Shoptime (canal de TV de venda de produtos), a CIL Informática de São Paulo e a loja de roupas masculinas Via Veneto. Pelos cálculos da Receita Federal, pelo menos 24 empresas comercializavam os produtos importados pela quadrilha. Por motivos de sigilo fiscal, a Receita e PF não informaram os nomes das empresas. Este texto foi atualizado às 15h56.

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