Publicidade

Política externa argentina mais ativa é melhor, diz Amorim

Em entrevista a jornal 'El Clarín', chanceler defende Venezuela no Mercosul.

Por BBC Brasil
Atualização:

No dia do anúncio da criação do Banco do Sul e na véspera da posse da nova presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, o chanceler brasileiro Celso Amorim defendeu que o país vizinho tenha uma política externa mais ativa, em entrevista ao jornal El Clarín. "Quanto mais ativa melhor, porque abrirá mais oportunidades para todos os demais países da região", afirmou. "Há gente no Brasil que pensa que nosso país deveria buscar caminhos por conta própria. Mas nós acreditamos que trabalhar junto com a América do Sul nos fortalece." Amorim disse que a Argentina viveu um momento "de maior introspecção" nos últimos anos, dando prioridade a recuperar sua economia após a crise de 2001. Na entrevista, o chanceler também voltou a defender a entrada da Venezuela no Mercosul. "Veja a maneira democrática com que se deu o referendo (de domingo passado, que derrotou a proposta do governo por uma reforma constitucional). Foi uma lição para quem gosta de atacar a América Latina", afirmou Amorim. "Os venezuelanos não importam seus produtos agrícolas nem do Brasil nem da Argentina, mas sim dos Estados Unidos. Creio que Argentina e Brasil podem trabalhar muito junto com a Venezuela, em seu desenvolvimento industrial e agrícola", disse. "O que escuto é que os Estados Unidos estão muito felizes de que o Brasil tenha uma boa relação com a Venezuela." Para Amorim, o Mercosul deveria englobar todos os países "do Caribe até a Patagônia". "O que queremos é um espaço econômico comum para ter mais forças diante do mundo... E isso nos daria uma grande força, mantendo a espinha dorsal nas relações entre o Brasil e a Argentina, que são as economias maiores e mais avançadas." "Confio muito no futuro do Mercosul", declarou. Perguntado sobre como vê o impacto para a economia latino-americana de uma possível vitória dos democratas nas eleições americanas em 2008, o chanceler disse que não deve haver muitas diferenças. "Os democratas têm fama de ser mais protecionistas, mas no ponto principal que discutimos hoje, que é a agricultura, não há diferenças entre republicanos e democratas", afirmou. "Haverá nuances, mas não vai mudar muito." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.