A nomeação de Levy passou a impressão de que algo tinha mudado. Na beira do precipício, se diz, mesmo os políticos mais teimosos respondem aos desafios, nem que seja por mero instinto de sobrevivência. As marchas e contramarchas de 2015 mostraram, infelizmente, que essa avaliação não vale para o governo Dilma. Em um ano, Levy foi impiedosamente defenestrado pelo governo, pelo PT e Deus sabe por quem não.
Agora, o novo ministro (Barbosa) é saudado pela maior afinidade com o governo e pela disposição para solucionar problemas complicados. Juntou-se a um não tão empenhado colega da Previdência para iniciar um debate com as centrais sindicais sobre reforma. Já se viu o que virá pela frente. As centrais se recusam a aceitar que é preciso reformar. Não querem de forma alguma ver que, se nada for feito, o gasto dobrará até 2040. Sem reforma só a hiperinflação resolve o problema.
Criar um faixa para as metas fiscais, resolve o problema formal, mas é o mesmo que dizer que não há meta. Já o estabelecimento de limites para gastos só faz sentido no item pessoal, que sofre enormes pressões das corporações de servidores, mas o governo tem algum grau de manobra para controlar. É só dizer não aos reajustes e às demandas por contratações.
*É especialista em Finanças Públicas