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Por apoio, governo pode alterar regras de aposentadoria para servidores

Carlos Marun deu aval para mudanças nas regras de concessão de pensão por morte e redução do adicional sobre o tempo que falta para aposentadoria de servidores

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA - Nas negociações finais para a votação da proposta de reforma da Previdência, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, deu aval para mudanças nas regras de concessão de pensão por morte, segundo o deputado Rogério Rosso (PSD-DF). Outra alteração é a redução do adicional sobre o tempo que falta para aposentadoria, o chamado"pedágio, no caso de servidores que ingressaram no funcionalismo público até 2003. 

Rosso disse que conversou por telefone com Marun nesta quarta-feira, e o ministro acenou com essa possibilidade. "O coração do Marun está mais leve. Aceita mexer na pensão por morte. Ele tem bom senso. No fundo, um pouco de humanidade no coração, e ele sabe que isso é importante", disse o Rosso, que foi escalado pelo presidente Michel Temer para negociar uma proposta de transição para os servidores públicos em troca de maior apoio ao texto.

Carlos Marundeu aval para mudanças nas regras de concessão de pensão por morte eredução do adicional sobre o tempo que falta para aposentadoria de servidores Foto: André Dusek/Estadão

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"O Planalto aceitou (flexibilizar). Quem manda é o Temer", acrescentou. Segundo o deputado, o governo não está intransigente nas negociações do texto, mas, se ficar, a reforma será adiada "para 2055", ironizou.

Segundo Rosso, que se reuniu ao longo do dia com representantes de várias categorias de servidores, uma ideia é fixar o teto do INSS para o acúmulo de pensões e aposentadorias. Na proposta, o limite máximo é de dois salários mínimos. A fixação de idade mínima é um aspecto que o servidor não discorda na proposta de reforma. "Ele quer é uma regra de transição para quem entrou antes de 2003", disse.

Rosso informou que uma das propostas na mesa é a fixação de um "pedágio" de 10% ou 20% para esses servidores. Ou seja, quem tem, por exemplo, dois anos para se aposentar terá que trabalhar 10% a 20% a mãos. Ele defendeu também novas flexibilizações para os policiais e agentes penitenciários.

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho, participou da reunião com Rosso e disse que os servidores avaliam como positiva a ideia de reduzir o pedágio, hoje em 30% do tempo que falta para a aposentadoria, para o grupo que ingressou até 2003. Desde que também se crie uma transição para a idade mínima.

A ideia do governo é exigir desses funcionários públicos as idades mínimas finais, de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, para dar o direito ao último salário da carreira (integralidade) e reajustes iguais aos da ativa (paridade). Mas essa regra é totalmente rechaçada pelo funcionalismo. "A gente não quer nenhum privilégio, queremos a mesma transição do setor privado. Para nós o governo quer que valha (a idade mínima) no dia seguinte", disse Robalinho. Quem se aposentar antes dos 62 ou 65 perde a integralidade e a paridade. 

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