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Por corrupção, maior fundo soberano do mundo põe Petrobrás 'sob observação'

Entidade já excluiu mais de 60 empresas de seu portfólio de investimentos por razões éticas

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Por Redação
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O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, informou nesta quinta-feira, 28, que colocou a Petrobrás sob observação devido ao risco de corrupção, em meio a acusações de suborno e propinas.

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Segundo o fundo, a decisão de colocar a petroleira em observação foi tomada pelo Conselho do Banco Central da Noruega, que administra o fundo, e foi feita com base no parecer do Conselho de Ética do fundo.

"O conselho executivo do Banco Central não considerou de forma independente todos os detalhes da investigação, mas acha que há base suficiente para concluir que os critérios observados tenham sido suficientes", disse o Banco Central.

Conselho do Banco Central da Noruega encomendou estudos para avaliar corrupção na Petrobrás Foto:

"Os executivos seniores da empresa e de seus fornecedores mais importantes aparentemente organizaram um sistema de pagamento de grandes subornos a políticos superiores, partidos políticos e funcionários públicos por uma década", disse o Conselho de Ética do fundo. "Vários dos altos executivos da empresa também receberam grandes propinas", acrescentou.

O Conselho disse que encomendou dois estudos feitos por consultores para avaliar as acusações de corrupção e que esteve em contato com a empresa, mas a Petrobrás não quis comentar.

O Conselho afirmou ainda que não pediu para o fundo excluir a Petrobrás porque os procedimentos anticorrupção da companhia foram recentemente estabelecidos e porque as investigações continuam. A atenção negativa em direção à Petrobrás provavelmente iria reduzir o risco de uma corrupção maior, segundo a avaliação da entidade.

Uma nova análise sobre o assunto será feita ainda neste ano e se outros casos de corrupção surgirem ou se a Petrobrás não mostrar que seu programa anticorrupção está funcionando, a condição de exclusão poderá ser atendida, disse o Conselho de Ética.

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Em 2014, o fundo tinha uma participação de US$ 162,6 milhões na Petrobras International Finance, subsidiária da Petrobrás de Luxemburgo, e fatia de US$ 38,4 milhões na Petrobras Global Finance, da Holanda. Os dados de 2015 serão publicados em março.

O fundo anteriormente excluiu mais de 60 empresas de seu portfólio de investimentos por razões éticas, incluindo empresas produtoras de minas terrestres, tabaco ou armas nucleares, e as empresas em risco de violar os direitos humanos ou que causaram danos ambientais graves. (Com informações da Dow Jones Newswires).

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