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Porcentual de pessoas com dívidas em atraso cai a 46% em 2016

Número era de 53% um ano antes, mostra pesquisa do SPC Brasil e CNDL; cartão de crédito tem a maior quantidade de dívidas atrasadas

Por Caio Rinaldi
Atualização:
Crise explica redução do endividamento Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Caiu para 46% o porcentual de brasileiros que atrasaram ou deixaram de pagar alguma conta em 2016, contra 53% registrados o ano anterior, aponta pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Os compromissos que apresentaram maior quantidade de atrasos foram as contas de cartão de crédito (19%), luz (17%) e internet (13%) - que avançou 4 ponto porcentual ante 2015.

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Do grupo que atrasou ou deixou de honrar pagamentos nos últimos 12 meses, 65% teve incluído ou ainda está listado em algum serviço de proteção ao crédito. Em 2015, o número chegou a 68%. Entre as classes C, D e E, o porcentual sobe para 69%. Do total negativado em 2016, apenas 15% conseguiu regularizar a situação, enquanto 50% segue com nome sujo. No último relatório de inadimplência do SPC Brasil e CNDL, divulgado no fim de 2016, 58,3 milhões (39%) de brasileiros adultos estavam em listas de inadimplência.

A pesquisa verificou mudança de hábitos entre 89% dos brasileiros que tiveram o nome sujo ao menos uma vez nos últimos 12 meses: 34% passaram a refletir mais antes de comprar; 30% implementaram controle de gastos; 27% passaram a comprar apenas à vista; 24% deixaram de emprestar o nome a terceiros; 23% evitaram utilizar o cartão de crédito e 11% chegaram a cancelar cartões.

A maioria dos entrevistados (77%) ouvidos pela pesquisa apresentou uma compreensão equivocada sobre o que significa estar endividado. Para 45%, estar endividado corresponde a ter dívidas em atraso. Já para 31%, a pessoa está endividada quando tem o nome em entidades de proteção ao crédito. Apenas um grupo e 21% compreende que parcelas a vencer ou empréstimos realizados torna a pessoa endividada.

A portabilidade, ou possibilidade de transferir a dívida para uma instituição que ofereça melhores condições de pagamento, só foi utilizada por 10% dos entrevistados. "Apesar de pouco utilizada e conhecida, a portabilidade de crédito é uma opção válida e de grande ajuda para amenizar o pagamento da dívida de quem já se complicou com as finanças", afirmou o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

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