PUBLICIDADE

Portugal abandona plano polêmico, mas alerta sobre elevação de impostos

Contribuição previdenciária não será mais elevada, mas o imposto de renda deve subir e os salários do funcionalismo público, diminuir 

Por Sergio Caldas e da Agência Estado
Atualização:

LISBOA - O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, disse nesta segunda-feira, 24, que o governo abandonou um polêmico plano de elevar a contribuição previdenciária dos trabalhadores, mas alertou que provavelmente aumentará o imposto de renda e reduzirá os salários do funcionalismo público para cumprir metas orçamentárias estipuladas no plano de resgate de país, no valor de 78 bilhões de euros (US$ 101 bilhões).

PUBLICIDADE

Passos Coelho recuou após a reação negativa da opinião pública e de políticos a um plano que elevaria a contribuição previdenciária de 11% para 18% dos salários, o que permitiria às empresas cortar suas próprias contribuições de 23,75% para 18%. O governo foi acusado de querer transferir dinheiro dos trabalhadores para as companhias e dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a proposta, nas maiores manifestações registradas em Portugal desde que o país recebeu seu programa de ajuda, em maio do ano passado.

O premiê português defendeu o plano dizendo que a redução dos custos da mão de obra abriria o caminho para as empresas aumentarem as contratações e para consertar os que os credores internacionais afirmam ser o principal problema de Portugal - sua fraca competitividade em relação ao resto do mundo.

"Nós ainda buscaremos medidas para lidar com o desemprego e aumentar a competitividade", disse Passos Coelho a repórteres, após reunir-se mais cedo com sindicatos e associações empresariais para discutir novas ações de austeridade.

Segundo Passos Coelho, ainda não há uma decisão final sobre as medidas de austeridade, que precisarão ser aprovadas pelos credores de Portugal.

Antes do anúncio, o porta-voz da Comissão Europeia (CE), Olivier Bailly, comentou que a busca por Portugal de reformas alternativas, que evitam o aumento da contribuição previdenciária, não muda "o acordo geral" entre Lisboa e seus credores, que incluem a própria CE, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Bailly também pediu que Lisboa apresente as novas medidas em breve. As informações são da Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.