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Pós-fixados só devem se beneficiar no curto prazo com alta do juro em 2011

Apesar de possível alta de juro, especialistas apostam em títulos prefixados e de inflação em 2011

Por Yolanda Fordelone e do Economia & Negócios/ Arte: Cyntia Ueda
Atualização:

SÃO PAULO - Cada vez mais cresce a corrente de economistas e investidores que acreditam que o Banco Central já em sua próxima reunião - em 18 e 19 de janeiro - irá aumentar a taxa básica de juros (Selic). Nos investimentos, isso significa que os títulos pós-fixados que acompanham a Selic tendem a ter uma melhor rentabilidade no curto prazo. Apesar disso, especialistas tem sugerido papeis prefixados e pós-fixados que seguem o IPCA, negociados no site do Tesouro Direto.

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O novo governo da presidente eleita Dilma Rousseff desde a vitória nas eleições tem dito que terá uma maior preocupação com o controle dos gastos públicos e busca ao longo do tempo diminuir os juros reais (Selic descontada a inflação). Esse cenário, dizem especialistas, aponta para uma queda do juro no médio e longo prazo. "A inflação tende a ficar rodando no centro da meta - 5% - e o juro real a cair", diz o gestor de renda fixa da corretora de valores Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno.

A expectativa de alta foi reforçada ainda mais no Relatório de Inflação divulgado ontem pelo BC. "Importante destacar que, no regime de metas para a inflação, desvios em relação à meta, na magnitude dos implícitos nessas projeções, sugerem necessidade de implementação, no curto prazo, de ajuste na taxa básica de juros, de forma a conter o descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e a capacidade produtiva da economia, bem como de reforçar a ancoragem das expectativas de inflação", afirmou o BC.

"Esse aumento do juro já está no preço dos prefixados", diz o sócio da M2 Investimentos Luiz Gustavo Medina. "Nos últimos meses o juro pago nos prefixados subiu bastante", afirma o economista da WinTrade, José Góes. A Letra do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em 2012, por exemplo, há três meses oferecia o retorno de 11,38%, rentabilidade que atualmente subiu para 11,96%.

Já os títulos pós-fixados que seguem a inflação do IPCA trazem a vantagem de proteger o investidor contra altas de preço no longo prazo. Geralmente, esses papéis têm vencimento longo. No Tesouro Direto, somente um título vence em aproximadamente um ano (2012). O restante vence a partir de 2015. "É muito difícil traçar projeções para a inflação no longo prazo. Esses títulos preservam o poder de compra do investidor", explica Nepomuceno.

O professor do Insper, Ricardo Torres, chega a fazer uma sugestão de carteira: "Se o investidor acredita nesse cenário de que o juro não vai subir muito, pode colocar 60% em prefixado e 40% em pós-fixado".

Aplicações sofisticadas

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Quem já possui algum conhecimento sobre investimentos há alternativas mais sofisticadas, que por um lado oferecem maior retorno, mas também maior risco por conta da baixa liquidez. As debêntures - títulos negociados na Bolsa que representam a dívida de uma empresa com o investidor - são uma delas. "A necessidade de buscar caixa faz as empresas lançarem esses títulos, que podem ser comprados por meio de corretoras. A rentabilidade na maioria das vezes é maior do que paga um título público cujo risco de calote é muito baixo", diz o consultor Mauro Calil.

Muitas debêntures possuem preço elevado, a partir de R$ 10 mil. Foi somente nos últimos anos que as empresas começaram a lançar títulos de valor menor (R$ 1 mil), justamente para tentar incentivar o numero de negócios neste mercado.

Outra aplicação lembrada pelos especialistas e indicada para quem quer diversificar um pouco mais a carteira são os fundos imobiliários. Estes fundos - também negociados na Bolsa por meio de corretoras - aplicam na construção de um ou vários imóveis e depois recebem os alugueis dos bens. "É interessante porque o investidor diversifica a carteira de imóveis com uma quantia menor do que se fosse ele mesmo ter os imóveis", diz Calil. "Além disso, não tem a preocupação com inquilinos e a pessoa física não paga Imposto de Renda no resgate das cotas", afirma.

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