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Possibilidade de paralisação da Varig assusta trabalhadores

"Há muita informação desencontrada, mas a parada geral não se confirmou", afirma a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Graziella Baggio

Por Agencia Estado
Atualização:

A assembléia de credores da Vasp hoje em São Paulo acabou sendo atropelada pela crise da Varig. Nos intervalos da reunião, sindicalistas representantes de aeronautas (comissários e pilotos) e aeroviários (funcionários em terra) afirmaram que muitos trabalhadores temem a possibilidade de uma paralisação repentina da Varig ainda hoje. "Há muita informação desencontrada, mas a parada geral não se confirmou", afirma a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Graziella Baggio. Hoje, além do cancelamento de vôos em território nacional, a crise da Varig atinge também os vôos internacionais. Apenas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, o número de vôos para o exterior cancelados chega a 20. Com exceção dos vôos com destino a Madri, na Espanha, e Londres, na Inglaterra, previstos para esta noite, todos os trajetos internacionais foram cancelados. Por conta dos problemas, durante a tarde desta terça, passageiros que à noite tomariam o vôo com destino a Londres - previsto para sair com duas horas de atraso - tentavam embarcar no vôo com o mesmo destino da British Airways. No total, somando-se com os vôos em território nacional, os cancelamentos chegam a 58 até o início da tarde. A Infraero e a Varig não comentam os cancelamentos. Risco De acordo com Graziella, existe o risco de a entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), única a fazer proposta no leilão, deixar de depositar a primeira parcela do pagamento na sexta-feira, no valor de US$ 75 milhões, conforme exigência da Justiça. "Se o dinheiro não entrar, haveria uma situação catastrófica." Um dos coordenadores do TGV, Marcio Marsillac, esclareceu nesta terça que este valor será aportado pelos investidores que integram o consórcio Nova Varig (NV). Ele não quis revelar os nomes dos novos sócios e afirmou que, durante uma reunião hoje com técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi solicitado um financiamento para capital de giro. A intenção é levantar cerca de US$ 150 milhões para manter a companhia operando e também recursos que permitam a recuperação das 16 aeronaves paradas por falta de manutenção. Atualmente, existem apenas 25 aviões da Varig em operação e 36 paradas. Desses, 16 estão em solo por falta de manutenção e 20 por causa de decisões judiciais. Ultimato Ontem, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, que cuida da recuperação judicial da Varig, homologou a compra da Varig pelo TGV. Na verdade, este foi um ultimato da Justiça para que a NV, criada para representar o TGV no leilão da companhia, consolide a operação. Marsillac já havia afirmado na segunda que, se não houver tempo hábil para que os investidores que fazem parte do consórcio NV liberem os recursos necessários para o pagamento do sinal de US$ 75 milhões até sexta-feira, haveria também negociação com o BNDES para um empréstimo-ponte.

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