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Possibilidade de reajuste nos combustíveis diminuiu bastante, diz FGV

"Se (o aumento) não foi feito quando a defasagem (de preços) era alta, não há por que fazer agora, já que ela diminuiu", afirmou o coordenador de Análises Econômicas da fundação, Salomão Quadros

Por Agencia Estado
Atualização:

A possibilidade de o governo promover um reajuste dos preços dos combustíveis ainda este ano "diminuiu bastante", na avaliação do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. De acordo com ele, se fosse para ter aumentado os preços domésticos, a medida deveria ter sido feita quando o preço do petróleo disparou no mercado internacional e não agora, que está se acomodando. "Observando apenas as questões econômicas, diminuiu bastante a possibilidade de reajuste ainda este ano. Se não foi feito quando a defasagem era alta, não há por que fazer agora, já que ela diminuiu", considerou Quadros. Vale lembrar, no entanto, que, muitas instituições financeiras, ainda projetam a elevação dos preços para os últimos meses do ano, em função da eleição do próximo domingo. Quadros destacou que o governo reajustou os preços destes produtos em outubro de 2005 e este aumento contribuiu com aproximadamente um terço da inflação de outubro (0,60%) e de novembro (0,40%) daquele ano. O coordenador salientou ainda que, se o preço da commodity voltar a subir no mercado internacional, será apenas a partir de dezembro, com o aumento da demanda no Hemisfério Norte. "Não sei se a queda atual veio para ficar, mas, com certeza, ela diminuiu a razão econômica para aumentar os preços domésticos", observou. Inflação Segundo Quadros, a meta de inflação de 2008 poderia ser de 4% e não de 4,5%, como definiu o Conselho Monetário Nacional (CMN) este ano como alvo a ser perseguido pelo Banco Central. O coordenador da FGV lembra que a meta de 4,5% vem sendo o target da inflação desde o ano passado. "Acho que podíamos pensar algo mais ousado para a meta de 2008, ainda que eu não saiba exatamente como seria isso juridicamente", propôs. Em junho do ano que vem, os membros do CMN devem analisar se ratificam a meta para o ano seguinte e estipulam, na mesma reunião, o porcentual de 2009. "Atualmente, estamos em outro patamar inflacionário. Estamos na transição", comparou, referindo-se a sua expectativa atual de que o IGP-M vá fechar o ano perto de 3,5% ante a projeção do início de 2006, de que o índice encerraria próximo de 4,5%. Vale destacar que o índice oficial utilizado pelo governo para a meta de inflação é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "É extraordinário conseguir diminuir o IPCA em quase 2 pontos porcentuais de um ano para o outro", analisou. Em 2005, o índice oficial fechou com alta de 5,7%. E a mediana das projeções do mercado financeiro para 2006 é de 3,03%, segundo a pesquisa Focus, atualizada na última segunda-feira, dia 25. Quadros acredita que a própria redução das projeções para o IPCA reflete o comportamento mais controlado do Índice Geral de Preços do Mercado ao longo de 2006. "O lado bom é que a inflação brasileira não é tão resistente quanto se imaginava antes. E isso precisa ser levado em consideração. Além disso, as expectativas são mais propensas à diminuição do que o próprio BC imaginava, o que é ótimo, porque mostra que há mais espaço para a flexibilização da política monetária", analisou. Matéria alterada às 15h51 para acréscimo de informações

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