PUBLICIDADE

Publicidade

Postos criticam acordo e sugerem redução do álcool na gasolina

Por Agencia Estado
Atualização:

A Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), entidade que representa os postos, criticou o acordo entre usineiros e o governo. Segundo o texto assinado pelo presidente da Fecombustíveis, Gil Siuffo, o problema da alta dos preços do álcool se repete todos os anos e nunca se chega a uma conclusão. Ele pediu a redução do porcentual de álcool anidro na gasolina. Em carta enviada aos ministérios da Fazenda, Agricultura e Casa Civil, a entidade se exime de culpa sobre a disparada dos preços e diz que recebeu com "estranheza" convite para reunião com o governo sobre margens de revenda do produto. "Todo ano a história se repete em seqüência: na entressafra a oferta diminui e o preço do álcool dispara, para desespero do consumidor; governo e produtores se reúnem e chegam a um acordo que aparenta solução; distribuidores e revendedores são chamados para falar de suas margens em esforço de contenção de custos", diz o texto. Siuffo reclama que nunca se chega a uma solução e que o problema sempre é transferido "para terceiros", neste caso, as empresas de distribuição e os postos de combustíveis. Na carta, Siuffo afirma que vai comparecer à reunião com o Ministério da Agricultura para discutir as margens, mas diz que não tem poder para combinar redução com seus afiliados, o que configuraria cartelização. O presidente da Fecombustíveis sugere, então, uma redução no porcentual de álcool anidro na gasolina de 25% para 20%, que resolveria o problema de oferta do combustível derivado da cana-de-açúcar. "Estima-se que a cada ponto porcentual reduzido aumenta-se a oferta em 20 milhões de litros por mês", aponta o texto, destacando que o efeito seria superior à redução de R$ 0,03 por litro negociada entre governo e produtores. Segundo o executivo, o acordo da semana anterior serviu apenas para retomar os preços a níveis do mês passado, que já representava um aumento de 68,8% sobre os valores cobrados em janeiro de 2004, alta "sem paralelo com qualquer índice de preços do País no período". O texto, que foi enviado também à Agência Nacional do Petróleo, ainda ironiza os resultados do acordo, "levados à imprensa como se fosse uma concessão (pelos produtores) digna dos maiores louvores".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.