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Postos estocam esperando reajuste

O Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) declarou que proprietários de postos de gasolina estão estocando combustíveis com o objetivo de um ganho adicional em função de um possível reajuste nos preços.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os donos dos postos de gasolina estão estocando combustíveis em diversos pontos do País e os pedidos das revendas às distribuidoras chegam a 10 milhões de litros por dia, com o objetivo de um ganho adicional em função do aumento do preço dos derivados de petróleo. A informação é do diretor de Assuntos de Concorrência do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Alísio Vaz, ao explicar que este mecanismo ocorre com freqüência às vésperas do anúncio de reajuste dos produtos. "Acho que não existe um aumento do consumo, que chega a 66 milhões de litros/dia, mas uma ação das revendas para manter os tanques cheios", afirmou Vaz. O contrato entre a Petrobrás e as distribuidoras determina que, se houver um aumento da cota de combustíveis, a estatal poderá cobrar a diferença mais adiante. Os cálculos do dirigente indicam que, se o governo pretende zerar o déficit da Parcela de Preço Específica (PPE), não há necessidade de reajustar o preço da gasolina, já que seus ganhos são suficientes. A PPE é u fundo constituído entre a diferença do preço dos derivados importados pela Petrobrás e o preço destes produtos vendidos pela estatal no mercado interno. No caso do diesel, Vaz estima a necessidade de um aumento entre 4% e 5%. Já o gás de cozinha necessitaria de um reajuste de 64%. O dirigente do Sindicom diz que o reajuste deve ser anunciado na próxima semana e a decisão do porcentual será política. "Tudo vai depender do que o governo quer fazer com a PPE", afirmou Vaz, que acredita que o anúncio só sai depois da divulgação dos índices. Estoques aumentam com especulação sobre reajuste Vaz explicou que é comum o movimento dos donos de postos na formação de estoques e que isso ocorre em qualquer região do País. As distribuidoras ficam obrigadas a atender os pedidos de acordo com os próprios estoques e a Petrobrás não permite ganhos em cima de aumentos de preços dos derivados de petróleo. Em linhas gerais, os postos trabalham com os tanques pela metade. Os donos das revendas podem alegar que aumentaram as vendas para solicitar mais combustíveis e as distribuidoras não podem negar a entrega, pois têm contrato com a estatal. Conta O secretário do Tesouro Nacional, Fábio Barbosa, disse ontem que o saldo da conta-petróleo deverá ser zerado até o fim do ano que vem. Os resultados da Petrobrás, estimados em R$ 10 bilhões neste ano, poderão ser usados para cobrir o déficit da PPE, que até outubro era de R$ 600 milhões. A expectativa de técnicos do governo é um déficit de R$ 1,2 bilhão, caso não seja concedido reajuste para os combustíveis. Assim, a conta-petróleo ficaria em R$ 3,6 bilhões.

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