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Postos reduzem compras de combustíveis à espera do corte

Por Agencia Estado
Atualização:

Postos e distribuidores de combustíveis reduziram suas compras junto à Petrobras à espera do prometido corte nos preços da gasolina e do diesel. Segundo o presidente da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Gil Siuffo, os revendedores estão comprando quantidades menores dos produtos, mas não há risco de desabastecimento nos postos. "O que pode ocorrer é que um posto com dez bombas, por exemplo, deixe de operar em duas delas. Ou que um posto que compre 20 mil litros esteja comprando apenas 10 mil", garante. A Fecombustíveis e o Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) criticaram a maneira como foi divulgada a redução dos preços. "Precisamos de previsibilidade para trabalhar. A Petrobras tem que ser mais transparente em sua política de preços", disse o diretor do Sindicom, Leonardo Gadotti. A Petrobras ainda não detalhou de quanto será o reajuste e quando será feito. Limitou-se a informar, ontem, que planeja reduzir os preços "nos próximos dias" em um porcentual de apenas um dígito, ou seja, inferior a 10%. É possível que o anúncio seja feito ainda nesta sexta-feira, para que os novos preços entrem em vigor no domingo. O Sindicom pleiteia junto ao governo uma política transparente para a gasolina e o diesel, como ocorre em outros combustíveis, como o querosene de aviação. Nos contratos de venda com as companhias aéreas, a Petrobras indica uma fórmula de reajustes, com base nos preços internacionais e no câmbio, que garante maior previsibilidade para os clientes. "O mercado está aberto e as empresas privadas podem importar. Mas quem vai buscar produtos lá fora sem saber como os preços da Petrobrás vão se comportar?", questiona Gadotti. Siuffo, da Fecombustíveis, disse que o repasse da redução nos preços pelos postos não se dará no mesmo porcentual adotado pela Petrobras. Ou seja, caso a Petrobras venha a adotar um porcentual em torno de 8%, como esperam executivos do setor, a queda do preço nas bombas se dará em um pocentual inferior. Isto ocorre porque o preço da gasolina vendida nas refinarias, chamada de gasolina A, representa apenas uma parte da gasolina vendida pelos postos, chamada de gasolina C. Impostos e álcool anidro têm impacto no valor final de venda do produto.

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