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Pouco progresso na reunião entre Brasil e Canadá

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de quatro horas e meia de reunião, diplomatas do Brasil e do Canadá não avançaram para um acordo ou alguma proposta para resolver a disputa comercial envolvendo as empresas Embraer e Bombardier quanto a subsídios às exportações de aeronaves. O embaixador brasileiro José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral para assuntos de integração econômica e de comércio exterior do Ministério das Relações Exteriores, caracterizou a reunião desta sexta-feira como uma "retomada do diálogo". Segundo ele, ficou entendida a posição do Brasil, de perseguir o direito de retaliação às operações canadenses de subsídio consideradas ilegais pela OMC e também ficou entendida a posição do Canadá de apelar à OMC para que reconsidere a decisão. Na semana passada, relatório da OMC julgou ilegais os subsídios canadenses a operações de exportação de 199 aeronaves pela Bombardier. Esse relatório deve ser aprovado pela OMC no dia 19 de fevereiro. Até lá, o Canadá terá possibilidade de apelar da decisão, mas o negociador canadense Claude Carriere não informou, na reunião desta sexta, se o Canadá apelará de fato. Caso isso não aconteça, o Canadá terá 90 dias para implementar as recomendações da OMC e revogar os subsídios às operações. Se em 90 dias, o Canadá não fizer isso, o Brasil terá 30 dias para pedir o direito de retaliação. "Eles entenderam na reunião de hoje (sexta) que esse é o único caminho que o Brasil tem para preservar os seus direitos, o que não significa que iremos partir para a retaliação de fato", disse Graça Lima. O Canadá já conquistou, no âmbito da OMC, o direito de retaliar o Brasil em US$ 1,4 bilhão por subsídios considerados ilegais dados à Embraer. Na reunião desta sexta, não se chegou sequer a um pacto mútuo de não retaliação. A retaliação mútua seria uma medida extrema, segundo o embaixador Graça Lima, que prejudicaria todo o comércio entre os dois países. "Tentamos hoje estabelecer discussões para se atingir uma base jurídica sólida, a partir da qual se possam fazer propostas", afirmou Graça Lima. Segundo ele, se o Canadá não apelar das decisões da OMC, o Brasil estaria mais próximo de pedir uma reunião do comitê de arbitragem. "Se o Canadá não apelar, colocará um pouco mais de pressão sobre o governo dos dois países para chegar a um caminho mais construtivo para a solução do problema."

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