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Poupança segue como boa opção para investidor com aversão ao risco

Disponho de cerca de R$ 15 mil na poupança. Não é todo mês que tenho condições de fazer aportes na poupança. Com a queda da taxa Selic para 8%, compensa eu manter meu dinheiro na poupança ou devo colocar num fundo DI ou em outro fundo? Qual a sua recomendação?

Por Fábio Gallo
Atualização:

A caderneta de poupança ainda é uma boa opção para aqueles que têm maior aversão ao risco e podem precisar do dinheiro para uma emergência. Além disso, a rentabilidade líquida da poupança ainda é atraente porque não há incidência de Imposto de Renda e custos, como nos fundos e outros ativos de renda fixa. Mesmo com a nova regra de remuneração que oferece 70% da taxa Selic (hoje em 8% ao ano) mais variação da TR, a caderneta de poupança é uma aplicação que traz melhor rentabilidade líquida do que os fundos de renda fixa que têm taxa de administração acima que 1%. Os cálculos indicam que os fundos que podem remunerar mais do que a poupança são os com taxa de administração abaixo de 0,5%, justamente aqueles que as pessoas com menor valor não tem acesso. Uma dica é você fazer conta comparando os rendimentos líquidos oferecidos pelos títulos do Tesouro Direto.Tenho 73 anos e sou aposentado com rendimento bruto mensal de aproximadamente R$ 40 mil isento do Imposto de Renda. Tenho um patrimônio razoavelmente estruturado entre imóveis, carro e aplicações financeiras diversificadas. Necessito complementar o pagamento de apartamento adquirido há dois anos na planta - já paguei aproximadamente R$ 230 mil. Restam, em valores atualizados, R$ 670 mil, previstos em 24 prestações mensais pela Tabela Price com juros de 12% ao ano e correção pelo IGP-M. Seria interessante liquidar o saldo da seguinte forma: a) antecipação das 12 últimas prestações no montante de R$ 337 mil para pagamento em 30/07, com deságio de R$ 47 mil; b) pagamento normal das 12 primeiras prestações, com inicial de R$ 28 mil. Dessas doze, poderia antecipar três ou quatro parcelas dependendo das disponibilidades. A antecipação das 24 prestações neste momento resultaria num deságio de R$ 63.500. Pensei nessa forma de pagar porque não antecipar o pagamento integral vai preservar um montante mais seguro de capital com maior liquidez.A primeira observação é que a prestação de R$ 28 mil corresponde a 70% da receita mensal. Obviamente, é um valor muito elevado. Assim, o mais indicado é livrar-se dessas prestações o mais rápido possível. Quantos as opções: no caso de quitação total o desembolso seria de R$ 606.500,00 e o desconto seria de 9,48% do total. Por outro lado, no caso de antecipação das 12 últimas, o desembolso seria de R$ 337 mil com um desconto possível de 13,95%. Assim, caso você tenha disponibilidade e, como as suas aplicações não devem estar trazendo o rendimento líquido de 12% ao ano mais IGP-M, a melhor opção seria liquidar a dívida, mas considerando obter um desconto maior do que o oferecido (9,48%). No caso de você querer manter uma maior folga de reservas a opção de quitar as 12 últimas prestações parece-me interessante. Dentro de um ano você estará livre deste financiamento, aproveitando do desconto e com reservas.Tenho uma dúvida relativa ao termo "renda mensal" sempre que é usado como referência para investimentos, poupança e despesas. Considerando que, na maioria das vezes, o termo se refere ao salário fruto do trabalho, podemos considerar que ele consiste na "renda bruta" ou na "renda líquida"?No nosso dia a dia o termo "renda mensal" refere-se ao nosso salário, ou seja, o ganho mensal bruto. Mas, quando estamos nos referindo ao orçamento familiar, nós temos que tratar tanto ganhos quanto despesas em termos líquidos. Por exemplo, caso tenha um salário de R$ 3.500 você deve considerar no seu orçamento exatamente a quantia que entra no seu bolso e não esse valor bruto. Por outro lado, não importa muito se você vai controlar o seu orçamento familiar com um software sofisticado ou num caderno, o importante é anotar tudo, sem exceções. O orçamento é a chave para o sucesso do planejamento financeiro da família e que permitirá vocês viverem com os próprios meios. Importante também é manter o controle anual, além do mensal. Há receitas e despesas que ocorrem em certo mês ou períodos do ano uma vez no ano, como bônus, restituição do Imposto de Renda, IPVA, matrícula escolar, etc. A dica, principalmente, para aqueles que não têm a prática de controlar os seus gastos, é passar um período inicial, um ou dois meses, anotando em um caderno tudo que gastar, de maneira absolutamente rígida. Não esqueça sequer de gorjetas, esmolas, estacionamentos, enfim tudo.Pergunte ao GalloEnvie sua pergunta. Elas serão publicadas às segundas-feiras - seudinheiro.estado@grupoestado.com.br* PROFESSOR DE FINANÇAS DA FGV E DA PUC-SP

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