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Prática ganhou viés político

Por BRASÍLIA
Atualização:

Ao impor um limite para os gastos do governo federal, a equipe econômica "enxuga" a quantidade de dinheiro público que circula na economia. A prática de contingenciar despesas previstas no orçamento não é nova, mas ganhou contornos políticos no governo Dilma Rousseff. Com poucos dias de governo, Dilma anunciou em fevereiro de 2011 um enorme corte de despesas - de R$ 50 bilhões. A tesoura atingiu a todos, e tinha um objetivo específico: reduzir o estímulo que o governo dava ao crescimento econômico e, com isso, diminuir a inflação. Após o salto recorde de 7,5% no PIB de 2010, a inflação acelerou para 5,9% e o governo resolveu apertar os cintos. O dinheiro poupado seria canalizado para reduzir o peso da dívida pública.A situação mudou de figura em 2012. Em fevereiro, o governo anunciou novo corte, de R$ 55 bilhões. O corte foi anunciado, mas não foi cumprido integralmente. Com a crise da Europa, o governo resolveu soltar dinheiro para tentar reanimar a economia.O terceiro ano de governo começou diferente. Em fevereiro nem sequer havia orçamento - o Congresso Nacional só aprovou o texto em março. Em seguida, Dilma foi ganhando tempo. O contingenciamento de despesas que deve ser anunciado hoje, portanto, ocorre com um calendário mais avançado, que permite aos técnicos ter um quadro melhor do que os espera até dezembro. O quadro inflacionário preocupa o governo, mas a perspectiva de três anos consecutivos de PIB baixo preocupa mais. /JV E AF

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