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Prazo de vencimento da dívida é reduzido

Por BRASÍLIA
Atualização:

O empréstimo de R$ 80 bilhões da União ao BNDES reduziu o prazo médio da dívida pública federal. Como a maior parte dos títulos emitidos ao banco (R$ 45 bilhões) vence ainda este ano, o prazo médio da dívida caiu de 3,73 para 3,57 anos em abril. Em consequência, a parcela a vencer da dívida em 12 meses - um dos indicadores mais observados pelos analistas econômicos - subiu de 24,01% para 25,25%. Para esse indicador, que mostra a dívida de curto prazo, quanto mais elevado o porcentual maior o risco de financiamento da dívida. Segundo o coordenador de Operação da Dívida Pública do Tesouro, José Franco de Morais, a partir de agora o Tesouro passará a vender nos seus leilões semanais títulos com prazo de vencimento maior para alongar a dívida. "A ideia é ao longo do ano emitir papéis com mais de um ano de prazo", disse Morais. A parcela da dívida pública em títulos prefixados (com taxa definida no momento do leilão) subiu de 30,25% para 31,69%, o equivalente a R$ 502,34 bilhões. Esses papéis são considerados melhores para o perfil da dívida porque a correção é definida na venda. Por outro lado, a fatia de títulos corrigidos pela taxa Selic, que o Tesouro tenta diminuir há anos, também aumentou, de 33,47% para 33,86%, alcançou R$ 536,70 bilhões, um salto de R$ 36 bilhões no mês. Com o aumento da inflação, que corrige parcela dos títulos, o custo da dívida também aumento. Em 12 meses até abril, o custo subiu de 9,32% para 9,55% ao ano. "O custo está próximo da taxa Selic", destacou Morais. O custo de abril, no entanto, não leva em consideração o aumento da taxa Selic de 8,75% para 9,50% no final de abril, que vai impactar a dívida a partir de maio. Estrangeiros. O Tesouro informou ontem que os investidores estrangeiros já detêm R$ 126,4 bilhões do total da dívida interna em títulos. Essa é a posição de abril, o que sinaliza um aumento de R$ 5 bilhões em relação ao estoque de março, quando os estrangeiros detinham R$ 121,5 bilhões. Essa parcela está aumentado com a procura maior dos investidores asiáticos por títulos de curto prazo vendidos no mercado interno. / A.F.

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