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Prazo para negociar preço do gás é ampliado em um mês

Novo prazo de negociações sobre o preço do gás importado pelo Brasil é dia 10 de novembro

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobras e a estatal boliviana YPFB decidiram ampliar, mais uma vez o prazo de negociações sobre o preço do gás importado pelo Brasil. Segundo comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira, as negociações serão retomadas oficialmente no dia 10 de novembro. Nesta quarta, a prefeitura do departamento de La Paz (equivalente no Brasil a um governo Estadual), disse que vai pedir ao governo central a expropriação de uma concessão exploratória da Petrobras no norte do departamento. O prazo para negociações a respeito do preço do gás foi ampliado pela primeira vez há dois meses, devido à falta de acordo entre as duas partes. Os bolivianos querem aumentar o preço para até US$ 7,5 por milhão de BTU, alegando que a cotação atual, em torno dos US$ 3,80, está defasada em relação ao mercado internacional. A Petrobras, por sua vez, nega que haja espaços para novos aumentos. No último dia 1º, o gás importado subiu 2,1%, seguindo a fórmula de reajuste trimestral prevista em contrato. Em rápida entrevista concedida nesta quarta pela manhã, o presidente da YPFB, Juan Carlos Ortíz havia dito que as duas empresas continuavam conversando, mas o próximo passo só seria definido depois de contatos telefônicos ao longo do dia. Agora, a definição do tema ficará para depois do segundo turno das eleições brasileiras. Logo após a realização do primeiro turno, autoridades bolivianas avaliaram que a indefinição no quadro eleitoral do Brasil poderia dificultar as negociações entre os dois países. No comunicado, as companhias afirmam que o novo prazo "permitirá que Petrobras e YPFB aprofundem, conjuntamente, os esforços na busca de soluções mutuamente aceitáveis para o tema em discussão". O contrato prevê que, em falta de acordo, a questão pode ser levada a arbitragem internacional. Já nas negociações a respeito dos novos contratos de concessão, o governo da Bolívia mantém o prazo estipulado no decreto de nacionalização, que vence em 28 de outubro, segundo informou nesta quarta o vice-ministro de exploração e produção, Guillemo Aruquipa. Segundo ele, o governo recebeu na terça-feira os primeiros informes sobre as auditorias feitas em 56 campos de petróleo no país e os dados serão analisados até o fim desta semana. Os números vão balizar as novas relações entre YPFB e empresas privadas, principalmente no que diz respeito à remuneração dos concessionários. Expropriação O secretário-geral da prefeitura de La Paz, Alejandro Zapata, disse nesta quarta a uma rede de TV local que vai pedir ao governo central a expropriação de uma concessão da estatal brasileira no norte do departamento. Segundo ele, a idéia é realizar nova licitação internacional para repassar a área. "Há empresas interessadas que querem investir no norte de La Paz e, como não há investimentos até agora, devemos cancelar a concessão", afirmou. A Petrobras tem direitos para explorar petróleo em uma área chamada Rio Ondo, mas não obteve licença ambiental para iniciar os trabalhos. Agora, depois do decreto de nacionalização, suspendeu todos os investimentos no País. A Petrobras Bolívia não quis comentar o assunto, alegando não ter sido informada das declarações. A prefeitura de La Paz vem enfrentando grandes protestos de camponeses, que querem investimentos na exploração de petróleo e a redução dos parques de preservação no norte do departamento. Matéria alterada às 19h57 para acréscimo de informações

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