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Prazos maiores devem aquecer compras de Natal

As lojas devem facilitar as compras de Natal aumentando seus prazos. Essa é a aposta de especialistas ouvidos pela Agência Estado. Muitas ainda não divulgaram sua política, mas devem ter uma definição antes do próximo dia 15, data de liberação da primeira parcela do 13º.

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a proximidade do Natal, as lojas começam a buscar estratégias para aquecer o comércio e atrair o consumidor. Muitas ainda não divulgaram sua política para o final do ano, mas devem ter uma definição antes do próximo dia 15, data de liberação da primeira parcela do 13º salário. Especialistas ouvidos pela Agência Estado acreditam que haverá um alongamento dos prazos, ou seja, maior número de prestações com acréscimo de juros sobre o preço à vista. A redução dos juros pode acontecer embora seja mais difícil, analisa o vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), Miguel José de Oliveira Ribeiro. Para ele, duas medidas deverão ser observadas nos próximos meses. "Neste primeiro momento, agora em novembro, lojas e financeiras devem propor campanhas para recuperação do crédito do devedor a fim de habilitá-lo para novas compras. A inadimplência também vem caindo." Por causa das incertezas em relação ao dólar, apenas no mês de Natal, Miguel de Oliveira prevê o aumento dos prazos no crediário com possível redução dos juros, embora essa queda seja mais difícil. "Os salários não acompanharam a evolução dos juros durante o ano." Ele lembra que a Selic, taxa básica referencial da economia, está em 21% ao ano, porcentual que considera elevado. Por outro lado, o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, reconhece que as lojas e financeiras não podem repassar para o consumidor o aumento integral dos juros sem adotar novas práticas, uma vez que o Natal tem importância significativa no balanço das vendas de todo o ano. "Embora a margem já esteja pequena, o mercado baseia-se em perspectivas e o clima neste final de ano é de otimismo", revela. Os dois concordam que haverá alongamento de prazos. Miguel de Oliveira, da Anefac, observa que, desde maio deste ano, os prazos de financiamento de bens duráveis foram reduzidos em um terço, de 12 para 8 meses, por exemplo. "Em dezembro, devem voltar ao patamar anterior a esse período para que as prestações consigam se encaixar no orçamento do consumidor." Para ele, o consumidor terá menor poder de barganha para desconto nas compras, mas não pode deixar de tentar negociar com o vendedor. Outro ponto importante a ser verificado pelo consumidor são os juros embutidos no financiamento. Para tanto, deve comparar o preço à vista ao total de todas as parcelas somadas. A venda sem juros em três ou quatro vezes também deve ser uma estratégia a ser adotada pelas lojas, finaliza Miguel de Oliveira. Consumidor não deve se endividar O principal conselho nas compras de fim de ano, na opinião de Vilma Paz, técnica da área financeira da Fundação Procon-SP - órgão de defesa do consumidor ligado ao governo estadual -, é não se deixar levar pelo consumismo dessa época. "É preciso tomar consciência. Não pode, não compra. Do contrário, vai se enrolar com essas dívidas no próximo ano."

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