PUBLICIDADE

Pré-sal não pode ficar na mão de meia dúzia, diz Lula

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Em sinalização de que o governo quer maior controle sobre os recursos do pré-sal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na terça-feira que não se pode deixar a nova fronteira petrolífera do Brasil "na mão de meia dúzia de empresas". Lula defende que a arrecadação com a exploração do petróleo na área do pré-sal --um reservatório gigante de óleo leve descoberto abaixo da camada de sal da costa brasileira--, será fundamental para resolver problemas históricos do país. "Vamos resolver prioritariamente o problema da educação no país e o problema de milhões de pobres no Brasil. E não deixar na mão de meia dúzia de empresas que acham que o petróleo é delas e vão apenas comercializá-lo", disse em discurso no Aterro do Flamengo, em frente ao terreno do União Nacional dos Estudantes (UNE). "Temos que aproveitar esse petróleo para transformar o Brasil e torná-lo ainda mais forte e mais soberano e mais dono de si", enfatizou. O presidente lembrou que formou um grupo interministerial para discutir as mudanças na atual Lei do Petróleo a partir da descoberta de reservas gigantes na camada do pré-sal. O grupo tem até meados de setembro para entregar a Lula sugestões para mudanças nas regras. "O petróleo não é do presidente da República ou da Petrobras, ele é do povo brasileiro", disse o presidente. Integrante da comissão interministerial criada por Lula, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já declarou que é a favor da criação de uma empresa estatal --apelidada pelo mercado como 'Petrosal'-- para explorar as riquezas do pré-sal, o que enfraqueceria a Petrobras. A Petrobras com parceiros descobriu no ano passado uma imensa reserva de petróleo leve na bacia de Santos, em um reservatório que pode estar ligado a outros e conter bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural). O primeiro campo que teve estimativas, o de Tupi, pode ter entre 5 e 8 bilhões de boe, quase a metade das reservas brasileiras atuais. Lula quer que a futura lei já destine obrigatoriamente recursos para a educação. Segundo ele, o governo quer construir até 2010 uma universidade afro-brasileira, com 50 por cento de africanos e a outra metade de brasileiros, e uma universidade latino-americana, com profesores e alunos do continente. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.