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Preço da cesta básica recua em 14 capitais

Levantamento mostra que, no mês passado, foram verificados aumentos no valor somente em Belo Horizonte (2,23%) e Porto Alegre (0,41%)

Por Agencia Estado
Atualização:

O preço da cesta básica repetiu a tendência dos meses anteriores e diminuiu em agosto, ante julho, em 14 das 16 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Levantamento divulgado nesta sexta-feira pela instituição mostrou que, no mês passado, foram verificados aumentos no valor do conjunto de produtos alimentícios essenciais somente em Belo Horizonte (2,23%) e Porto Alegre (0,41%). A Pesquisa Nacional da Cesta Básica apontou que as cidades de Belém, com recuo de 4,65%, e Natal, com baixa de 4,36%, apresentaram as variações negativas de maior destaque do período. No Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília, a pesquisa apontou declínios menos expressivos, de 2,79%, 0,52% e 0,43%, respectivamente. De acordo com o Dieese, todas as 16 capitais pesquisadas tiveram variações acumuladas negativas entre janeiro e agosto de 2006. A redução menos significativa, de 1,80%, foi verificada em Salvador, enquanto a de maior impacto, de 12,84%, foi vista no Rio de Janeiro, cidade que foi seguida por Curitiba (-12,68%). Na capital paulista, a cesta básica acumulou recuo de 7,53%; em Brasília, de 8,81%; Belo Horizonte, 9,41%; e Porto Alegre, 10,24%. Nos últimos 12 meses - entre setembro de 2005 e agosto de 2006 - quatro capitais registraram alta no custo da cesta básica: Florianópolis (2,63%), Belo Horizonte (0,26%), Belém e Salvador (0,13%, em cada uma). As retrações mais expressivas foram apuradas no Rio de Janeiro (-5,66%) e Goiânia (-5,14%). Em São Paulo e Brasília, foram verificadas quedas de 3,14% e 0,52%, respectivamente. O levantamento apontou que, em agosto, a maior parte dos itens que compõem a cesta básica apresentou predominância de queda ante o mês anterior na maioria das capitais onde os preços são acompanhados. Entre os destaques, o feijão recuou em todas as 16 cidades, a exemplo do que ocorreu em julho. As quedas mais significativas ocorreram em Belém (-14,54%), João Pessoa (-11,97%), Aracaju (-10,99%) e São Paulo (-10,87%). As retrações menos expressivas foram apuradas em Natal (-0,42%), Brasília (-1,74%) e Salvador (-1,89%). Em comparação com os preços praticados em agosto de 2005, o custo atual do feijão é menor em 15 localidades, com variações entre -33,66%, em Belo Horizonte, e -13,87%, em Natal. Dentre os produtos que tiveram alta nos preços, um dos destaques apontados pelo Dieese foi a carne, que se encontra em período de entressafra e cujo preço subiu em 14 cidades, entre julho e agosto, principalmente em Belo Horizonte (8,04%), Brasília (5,52%) e Porto Alegre (5,32%). Declínios foram notados em Belém (-6,59%) e Natal (-1,65%). Em relação a agosto de 2005, a carne apresenta alta em 12 cidades, particularmente no sul do País: Florianópolis (12,63%), Porto Alegre (11,84%) e Curitiba (10,30%). Baixas foram verificadas em quatro localidades, com destaque para Fortaleza (-4,90%) e Rio de Janeiro (-4,14%). O Dieese realizou a Pesquisa Nacional da Cesta Básica nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. Porto Alegre A cidade de Porto Alegre apresentou a cesta básica mais cara do Brasil pelo segundo mês consecutivo e contrariou a tendência de queda verificada em 14 das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese em agosto. De acordo com informações da Pesquisa Nacional da Cesta Básica da instituição o custo médio da cesta na capital gaúcha atingiu R$ 171,72 no mês passado, o que representou alta de 0,41% sobre o valor de julho. O segundo maior valor para a cesta ocorreu na cidade de São Paulo, onde o conjunto dos gêneros essenciais custaram, em média, R$ 169,62. Em Brasília e no Rio de Janeiro, os valores foram de R$ 161,59 e de R$ 155,23, respectivamente. Em Belo Horizonte, onde foi constatado o outro e mais expressivo aumento de preços (2,23%) - dentre as 16 capitais analisadas em agosto -, a cesta atingiu R$ 160,24. Florianópolis, com valor médio de R$ 158,89, e Curitiba, com preço de R$ 154,48, também mereceram destaque. Os menores preços do mês foram apurados em Fortaleza (R$ 129,46) e Recife (R$ 130,87). Salário mínimo Com base no maior valor apurado para a cesta, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser de R$ 1.442,62 em agosto, ou 4,12 vezes maior que o piso vigente, de R$ 350. Em julho, esta relação era um pouco menor, e o salário mínimo necessário equivalia a R$ 1.436,74, ou 4,10 vezes o piso. O Dieese destacou também que, com a predominância de recuo no custo da cesta básica, em agosto, houve nova redução na jornada de trabalho exigida para quem ganha salário mínimo comprar os gêneros alimentícios essenciais. Assim, o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta básica, na média das 16 capitais, ficou em 92 horas e 33 minutos, inferior, portanto, ao de 94 horas e 10 minutos apuradas para julho e ao de 113 horas, registradas em agosto de 2005. No caso do salário mínimo líquido - após o desconto da parcela referente à Previdência Social - a compra da cesta básica exigia, em agosto, o comprometimento de 45,55% do rendimento recebido, enquanto, no mês anterior, correspondia a 46,35%. Em agosto de 2005 o comprometimento atingia 54,14%.

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