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Preço da energia pode afetar competitividade industrial, diz Abrace

Segundo a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres, de 1999 a 2005 as tarifas cobradas das indústrias subiram quase 200%

Por Agencia Estado
Atualização:

A indústria está preocupada com o preço da energia elétrica. Representantes da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) vão entregar ao governo estudos mostrando que o preço da energia pode afetar a competitividade da indústria brasileira. Segundo a entidade, de 1999 a 2005 as tarifas cobradas das indústrias subiram quase 200%, saindo de R$ 63 por megawatt/hora para R$ 185 o MWh. "É um aumento real extraordinário. E totalmente inexplicável, pois cerca de 80% da energia do País é produzida em hidrelétricas, que é uma fonte mais barata", disse o vice-presidente da Abrace, Eduardo Spalding. Um dos estudos, realizado pela Fundação Getúlio Vargas, estima que, considerando as projeções de aumento de custo da energia contidas no Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica, elaborado pelo próprio governo, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deixaria de crescer 8,6 pontos porcentuais entre 2006 e 2015, em comparação a um cenário sem qualquer aumento da energia. Isso representaria, para o País, uma perda de R$ 214 bilhões, a preços de 2005. Segundo Spalding, esse peso da energia nos custos das empresas reduz a competitividade da indústria brasileira em comparação aos outros países. No longo prazo, disse, isso pode resultar na redução de investimentos. Para a Abrace, alguns fatores, em especial, explicam o alto custo da energia para a indústria. Um dos principais é a elevada carga de tributos e encargos setoriais. Segundo Spalding, o pagamento desses encargos embutidos na conta evoluiu de um montante de R$ 5,4 bilhões em 2002 para R$ 13,2 bilhões em 2005. Preocupada em garantir que a geração de energia por meio de hidrelétricas continue sendo predominante no País, a Abrace também defende que sejam criadas áreas reservadas para a construção de usinas hidrelétricas. A medida, que tem como objetivo evitar que entraves ambientais impeçam a construção de novas usinas, já chegou a ser sugerida pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.

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